Um dos custos mais altos da pecuária é a reforma da pastagem. Mas o pecuarista pode diluir este custo e ainda ter uma receita extra se adotar a prática da integração lavoura pecuária.
Locais que serviam como pasto são transformados em roça e as lavouras agora recebem o gado, que se alimenta de capim farto. Atividades que pareciam tão concorrentes são, na verdade, aliadas da produção no campo. A integração lavoura pecuária começou a ser praticada no Brasil há aproximadamente 20 anos e os benefícios não param de aparecer.
O pecuarista Torres Lincoln Prata Cunha adotou há dez anos a prática em uma de suas fazendas, no Mato Grosso do Sul. Para ele a integração entre as atividades é o bem casado do campo, uma mistura perfeita. “É um casamento muito bom. O produtor fica despreocupado, aliviado”, conta.
O jeito mais comum de fazer a integração é plantar as sementes dos grãos e do capim, juntas, na terra preparada e adubada. Porém, a semente do capim fica alguns centímetros abaixo da semente do grão. Assim, a lavoura nasce primeiro e, em seguida, surge o capim, evitando a competição entre eles. Alguns dias depois da colheita da lavoura, o pasto, totalmente novo, já está pronto para receber o gado. Serão três anos com capim em abundância.
Entre todos os custos de uma propriedade rural um dos mais altos é a reforma das pastagens. O Brasil tem hoje cerca de cem milhões de hectares degradados. Com a integração lavoura pecuária, o produtor reforma o pasto e ainda tem uma renda extra, pois pode usar os grãos como produto comercial ou fazer silagem para o gado.
Apesar de tantos benefícios já comprovados, muitos pecuaristas ainda resistem à prática. Para os especialistas e para quem já adotou a integração, isso ocorre por falta de costume e pelo medo do desconhecido.
Segundo Torres, o pecuarista tem medo de arriscar. “Nós não podemos fazer isso, ter medo disso. O capim aceita bem o solo depois da soja, por exemplo, por causa dos resíduos de nitrogênio e adubo. Em vez de engordar uma rês num pasto degradado, você engorda dez, porque o capim está todo viçoso. Um ajuda o outro”, explica.
Fonte: Canal Rural (acessado em 04/11/2011)