O javali, animal de origem europeia que invadiu o País via países vizinhos e criadores ilegais, tem desafiado muitos proprietários e comunidades em regiões onde a população rural se sente ameaçada por estas feras.
O animal foi introduzido nos países vizinhos bem como em outros continentes com objetivo de promover a caça esportiva. O problema é que a falta de predadores naturais, o grande aumento de peso e as altas taxas reprodutivas transformaram o javali em uma fera enorme e sem controle. No Brasil, já foram abatidos exemplares de mais de 200 kg.
Em todos os países onde o animal foi introduzido ou é nativo, ele é considerado uma praga. Na Alemanha, javalis invadiram a capital Berlim onde, em 2008, foram mortos 3.000 animais.
Nos EUA, a explosão populacional mundial dos javalis e seus híbridos soltos asselvajados, conhecidos como “Pig Bomb3”, causou danos de até US$ 800 milhões na produção de commodities agrícolas. Por todo o país há relatos de ataques de javalis. Os americanos afirmam que eles destroem as plantações e o meio ambiente “comendo como porcos, mas se reproduzindo como ratos”. Em casos extremos, são contratados serviços de captura, remoção e abate ao custo médio de US$ 230 (cerca de R$ 400) por animal.
No Brasil a situação é ainda mais delicada, pois ameaça o pilar da economia, o agronegócio. Os javalis destroem cultivos e ameaçam transmitir doenças aos rebanhos e ao ser humano. Uma das ameaças é a disseminação de febre aftosa e leptospirose, o que poderia causar embargos comerciais e incalculáveis prejuízos financeiros ao País.
O último foco de aftosa no RS, em 2000, levou ao sacrifício mais de 11 mil animais. O embargo devido ao ultimo foco surgido no MS levou a um prejuízo estimado em R$ 1,7 bilhões, mostrando que há muitas empresas, empregos, pessoas e famílias em jogo, convivendo com estes animais.
No entanto, o Ibama proibiu a caça dos animais. Eles entraram pelo Sul do País e estão presentes no PR, SP, MG e MT. O órgão está decidindo o futuro do controle de javalis em solo nacional.
Por lei, o abate de animais nocivos não é crime, pois são animais que interagem de forma negativa com a população humana. Eles causam transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental, ou representam riscos à saúde pública. Nessa lista, poderiam entrar todas as espécies invasoras e exógenas, como o pombo doméstico (transmissor de mais de 50 doenças), os pardais e os búfalos do Guaporé em Rondônia.
Fonte: Avicultura Industrial (acessado em 16/09/10)