O Journal of Agricultural and Food Chemistry, da Sociedade Americana de Química, acaba de publicar um artigo de pesquisadores da Embrapa Instrumentação Agropecuária e colaboradores.
O artigo é sobre um método pioneiro, rápido e simples por ressonância magnética nuclear (RMN) para medir o Ácido Linoléico Conjugado (CLA) sigla em inglês, na carne bovina. O CLA, em percentuais elevados está relacionado a uma série de efeitos benéficos a saúde. Vários estudos mostram que o CLA possui atividade antitumoral, antidiabética, reduz a massa corporal gorda e reduz o desenvolvimento de aterosclerose em animais modelos, bem como em seres humanos. De acordo com o orientador do trabalho, Luiz Alberto Colnago, fatores como o sexo, a idade e a raça do animal influenciam na quantidade de CLA, sendo a dieta a que fornece o substrato para a formação do Ácido.
“Dessa forma, a dieta é considerada o fator principal que influencia no depósito de CLA pelos ruminantes e consequentemente a biodisponibilidade ao consumidor”, explica Colnago. Normalmente carnes com alto teor de CLA são observadas em animais tratados a pastos ou confinados com ração à base de sementes oleaginosas, ricas em ácidos graxos insaturados.
Atualmente o método padrão para a determinação de CLA é o método de cromatografia gasosa dos ésteres metílicos dos ácidos graxos, preparados pela reação de transesterificação. No entanto, esse método envolve várias etapas, havendo a necessidade de etapas de derivatização e purificação antes da análise cromatográfica, que pode durar até uma hora. O método alternativo de determinação de CLA em gordura de carne bovina por RMN desenvolvido na Embrapa Instrumentação pela aluna de mestrado do Instituto de Química da USP São Carlos, Roberta Manzano Maria, é simples, pois não necessita das etapas de derivatização e purificação e é muito mais rápido, menos de dez minutos por análise.
O pesquisador explica que as amostras de carne bovina usadas nas análises, foram adquiridas em estabelecimentos comerciais da cidade de São Carlos (SP). Foram analisadas cortes de carne de peito, costela, contrafilé, picanha, alcatra, coxão mole, lagarto, coxão duro e patinho. Nas amostras analisadas, as carnes consideradas de primeira foram as que apresentaram maiores teores de CLA.
O artigo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry é assinado pela mestranda Roberta Manzano Maria e pelos pesquisadores Luiz Alberto Colnago e Lucimara Aparecida Forato.
Fonte: Portal do Agronegócio (acessado em 08/06/10)