A leishmaniose é uma doença transmitida para o homem por meio mosquito palha. O cachorro também é vítima desse mal, porém a doença no animal não possui cura. Uma prática que está se tornando comum em Bauru, interior de São Paulo, é donos de animais infectados fazerem tratamentos não autorizados, que prolongam a vida dos cachorros, mas não curam. O problema é que, uma vez com a doença, o animal se torna hospedeiro do parasita. Por isso, existe uma indicação do Ministério da Saúde para que se pratique a eutanásia.
O risco de transmissão da doença para humanos existe quando o mosquito palha pica o cão contaminado e, em seguida, uma pessoa saudável. A justificativa do Ministério da Saúde para a eutanásia é que os tratamentos no cão podem criar uma seleção de parasitas resistentes às drogas utilizadas também nas pessoas.
A medida, adotada há anos no Brasil, gera controvérsias. Alguns veterinários indicam tratamento e donos de animais preferem correr o risco. É o caso do veterinário Marcos Antônio Silvério, que chegou a tratar cães na época em que a medida não era proibida.
“O tratamento melhora clinicamente o animal, mas nós não temos dados científicos que comprovem que o animal deixa de ter o protozoário no sangue. O que acontece é que existem outras correntes que defendem que o animal tratado adequadamente e controlado pelo médico veterinário deixa de ser um perigo muito grande”.
Os sintomas variam de acordo com o tipo de leishmaniose. De acordo com a diretora do Departamento de Saúde Coletiva, Eloísa Lombardi, a doença é uma preocupação no município. “Durante os últimos anos, tivemos um número grande de casos. Em 2011 houve dois casos de pessoas que chegaram ao óbito com a doença. Isso para nós é bastante preocupante”.
O que não dá para negar é que é preciso haver uma mudança de hábitos na luta contra o mosquito transmissor. Uma dica é sempre usar coleiras repelentes. “O uso da coleira impregnada com deltrametrina reduz até a incidência em humanos”, diz o veterinário Marcos Antônio Silvério. Para ele, só a eutanásia de animais soropositivos não resolve o problema.
Para Eloísa, as medidas preventivas são simples. “Se nós não tivermos medidas bastante simples, como de limpeza e de não ter matéria orgânica exposta no nosso meio ambiente, nós teríamos uma situação muito diferente em relação à doença na nossa cidade, tanto em humanos quanto em animais”.
Fonte: G1 (acessado em 20/01/2012)