Autoridades em saúde chamam a atenção para uma doença que vem se alastrando pelo País: a leishmaniose visceral. Ela é transmitida do cão para o homem por meio da picada de um mosquito.
O pequeno inseto conhecido como mosquito-palha, birigui, asa delta ou cangalhinha é o transmissor da doença. Enquanto na mata a doença aparece em raposas e gambás, nas cidades as principais vítimas são cães e humanos.
“Picando o animal, ele adquire os parasitas, que são reintroduzidos no ser humano através de uma nova picada que ele dá no ser humano”, explica o presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Benedito Fortes de Arruda.
Os animais infectados emagrecem, apresentam crescimento exagerado das unhas, feridas na pele, perdas de pelo do corpo e ao redor dos olhos. Como não há tratamento, são sacrificados. A vacina, embora já seja comercializada, ainda está em fase de testes. Segundo os veterinários, não há garantias da eficácia da substância.
Ao suspeitar que o cão esteja com a doença, o dono deve procurar um veterinário e pedir o exame de sangue do animal. Esse teste também é recomendado para cachorros que não apresentam sintomas.
“Mesmo sendo portador do protozoário, ele pode ser um animal assintomático, ou seja, ele tem o protozoário, mas ainda não manifestou os sintomas. Quando manifestá-los, ele já pode ter servido de fonte de infecção para uma série de mosquitos que vão contaminar outros cães e, consequentemente, pessoas também”, explica o diretor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Rodrigo Menna.
Preocupado com o crescimento da doença no Centro-Sul do País, o Conselho Federal de Medicina Veterinária faz um alerta. “Faltam políticas públicas por parte do governo federal, dos governos estaduais e dos governos municipais. Isso tem provocado um aumento do diagnóstico da doença e dos casos em seres humanos”, diz Arruda.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, no ano passado, foram identificados mais de 3,6 mil casos da leishmaniose visceral em humanos no Brasil. Desse total, 216 pessoas morreram, a maioria no Nordeste, onde a doença é endêmica.
No homem, o parasita ataca fígado, baço e medula óssea. O doente tem febre, perda de apetite e, na fase mais aguda, fica com a barriga inchada. Nesse caso, há tratamento, mas se não for feito a tempo, a doença pode levar à morte.
O infectologista Gustavo Romero afirma que o melhor remédio é a prevenção. “As pessoas devem cuidar de suas casas, evitar o acúmulo de lixo e matéria orgânica em locais que possam criar mosquitos. Os animais devem ser avaliados por um médico veterinário. Caso apareça algum sintoma da doença, como febre persistente, é necessário consultar o serviço de saúde e procurar tratamento”.
Fonte: Canal Rural (acessado em 21/12/10)