Liberação do mercado americano para entrada da carne in natura brasileira abre novos horizontes para a pecuária nacional

Brasil e Estados Unidos celebraram, no último dia 1º de agosto, acordo que libera a entrada de carne in natura entre os paises, pondo fim a uma negociação de 17 anos. Com isso, os americanos passam a aceitar a entrada da carne brasileira de regiões onde o gado é vacinado contra a febre aftosa. Antes, eles recebiam somente carne de Santa Catarina, Estado hoje livre da doença.

Para Margareth Genovez, presidente da Comissão de Saúde Animal do CRMVSP, a conquista atesta um avanço nas condições sanitárias dos rebanhos bovinos brasileiros e o esforço técnico realizado junto à cadeia produtiva da carne. “As exigências sanitárias dos Estados Unidos para a entrada de carne em solo americano são as mais severas e consideradas referência mundial. A liberação mostra a eficiência do Programa Nacional de Combate à Febre Aftosa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e também das Secretarias de Agricultura dos Estados da União”, diz Genovez.

A exportação da carne in natura para os Estados Unidos é pleiteada pela indústria brasileira desde 1999. Durante este período, o Brasil destacou-se pela venda de enlatados e outros subprodutos. Somente neste ano (janeiro a junho), foram enviadas mais de 15 mil toneladas de carne industrializada aos americanos, resultando em um faturamento de US$ 130 milhões.

O grande desafio, porém, era atingir novos mercados. “Questões sanitárias como a febre aftosa e pendências de caráter político impediam que houvesse uma maior aproximação entre os países para uma negociação mais efetiva”, explica Ricardo Moreira Calil, presidente da Comissão de Técnica de Alimentos do CRMVSP.

Com o acordo, frigoríficos de 14 Estados (Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins) e do Distrito Federal estarão habilitados a exportar. Segundo o MAPA, os ganhos poderão aumentar em U$$ 900 milhões. A previsão é que os primeiros embarques do produto comecem a ser feitos daqui a três meses.

O Brasil passará a integrar a cota dos países da América Central, que é de 64,8 mil toneladas por ano, com tarifa de 4% ou 10%, dependendo do corte da carne. Algumas nações possuem parcelas específicas.

Oportunidades

Dado do MAPA mostra que a produção total de carnes nos anos de 2014 e 2015 no Brasil foi estimada em 25,8 milhões de toneladas e a projeção para o final da próxima década é produzir 33,7 milhões de toneladas de carne de frango, bovina e suína.

Os especialistas acreditam que a abertura do mercado americano trará novos horizontes para a pecuária nacional e a indústria frigorífica. “O momento é muito especial para o Brasil, que poderá conquistar novos mercados e status comercial para exportar para outros países exigentes, como Japão e União Européia. O mercado de trabalho estará em expansão, em todos os elos da cadeia produtiva da carne”, explica Margareth.

O acordo também proporcionará maior aperfeiçoamento para a bovinocultura de corte. “Vale lembrar que os Estados Unidos, mesmo com um rebanho bem menor que o brasileiro, produz mais carne, com altos índices de produtividade, que poderão servir de parâmetro a serem atingidos pelos nossos pecuaristas”, afirma Calil.

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