A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na quarta-feira (14/03), a lista de doenças que devem estar no centro das pesquisas devido ao alto risco de causarem emergências de saúde pública e ausência de medidas suficientes para contê-las. O relatório faz parte de uma revisão periódica da organização.
No trabalho, são identificadas doenças que necessitam de esforços de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para a produção de tratamentos e vacinas com objetivo de ajudar a controlar possíveis surtos. Entretanto, o trabalho não indica as causas mais prováveis de uma próxima epidemia.
A primeira lista com doenças prioritárias para P&D foi lançada, em 2015. Desde então, foi revistada, em 2017, e entre 6 e 7 de fevereiro de 2018. Uma delas é a doença X, que tem esse nome porque se trata apenas de uma hipótese e está na lista para alertar os cientistas sobre a necessidade de estarem preparados para enfrentar o desconhecido.
De acordo com a OMS, ela representa a consciência de que um agente patógeno, atualmente desconhecido, pode causar uma epidemia internacional grave. “A experiência nos ensinou que seremos atingidos por algo que não previmos”, afirma o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, lembrando que isso que ocorreu com os vírus zika e ebola.
América Latina
Umas das zoonoses listadas pela OMS que pode representar risco global de saúde tem especial incidência na América Latina, sobretudo no Brasil, é a doença provocada pelo vírus zika, transmitido principalmente pelos mosquitos do gênero Aedes aegypti, que provocam também a dengue e a chikungunya.
África
O vírus ebola já gerou diversos alertas sanitários globais, sua taxa de mortalidade gira em torno de 50%. Primeiros surtos foram registrados em vilarejos da África Central e Ocidental. Já no caso do vírus de Marburg, uma espécie de morcego atua como hospedeiro e o transmite para as pessoas. É endêmico na África Equatorial, onde aconteceram os surtos mais recentes.
A febre de Lassa, doença hemorrágica aguda da África Ocidental, é causada por um vírus transmitido pelo contato com alimentos ou utensílios contaminados ou pelo excremento de roedores. A febre do Vale Rift, que teve surtos na África Subsaariana, tem maior incidência entre animais. Humanos são infectados pelo contato com sangue e órgãos de animais e, às vezes, por picadas de mosquitos.
Ásia e Balcãs
Transmitido por morcegos, o vírus Nipah apareceu, pela primeira vez, em Kampung Sungai Nipah (Malásia). Em 2004, o vírus infectou várias pessoas após terem tomado suco fresco de tâmaras, contaminadas por morcegos frutívoros. E a Síndrome respiratória por coronavírus do Oriente Médio foi detectado, pela primeira vez, em 2012, na Arábia Saudita.
Enfermidade endêmica na Ásia, zona europeia dos Balcãs e também na África, a febre hemorrágica da Crimeia-Congo tem como principais vetores de transmissão ao ser humano são carrapatos e gado. Entre humanos, o contágio é possível pelo contato com sangue e outros líquidos corporais dos infectados.