Maioria dos donos não se programa financeiramente para ter um pet

Pesquisa do SPC revela que 20% dos tutores gastam mais do que o orçamento permite

Ter um bicho de estimação exige mais do que vontade e carinho de sobra. Os animais consomem também o orçamento, seja com comida, brinquedos ou veterinário. Muitos donos não pensam nisso antes de agregar um mascote á família e acabam gastando mais do que podem.

Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), revela que 60% dos donos de animais de estimação não se planejaram financeiramente para ter um pet. O levantamento mostra que 14% dos donos estão com o nome sujo por causa dessas compras para pets e 20% gastam mais do que o orçamento permite.

O levantamento ouviu 796 consumidores com o objetivo de identificar o percentual de entrevistados que possuem animais de estimação. Em seguida, um novo levantamento foi realizado com 610 casos para identificar as características das pessoas que têm animal de estimação. A margem de erro no geral de 3,5 pontos percentuais para o primeiro levantamento e 4,0 pontos percentuais para o segundo levantamento.

Os principais motivos que levam a extrapolar o orçamento são acreditar que o animal merece (30%) e a sensação de felicidade que uma compra para o animal proporciona (24%). Dentre os donos de animais 35% esbanjam nos gastos com alimentos sem se importar com o impacto no orçamento, 22% com serviços de pet shop e 20% com brinquedos. Entre aqueles que não controlam mensalmente os gastos com o animal (26%), as principais razões são o fato de não achar importante ou necessário (37%) e a falta de hábito/disciplina para controlar gastos de forma geral (26%).

O levantamento revela que 31% já deixaram de adquirir algo de seu uso ou de pagar alguma conta para poder comprar alguma coisa para o seu Pet e 37% para pagar tratamento de saúde para o PET. Já a maioria (71%) nunca deixou de guardar dinheiro para si ou para a família por causa do animal de estimação. Para o educador financeiro do Meu Bolso Feliz, José Vignoli, existe um risco em se deixar levar pelo aspecto emocional.

Justamente por ser uma relação de carinho e cuidado, é normal a pessoa querer dar o melhor para o pet, sem se preocupar com valores financeiros. Mas os gastos precisam ser controlados mensalmente, assim como qualquer outra despesa da casa, para não chegar a comprometer o orçamento.

No lado oposto ao planejamento de gastos estão os consumidores que ficam como nome sujo por causa de compras com produtos e serviços relacionados a pets (14%), sendo que 8% estão nessa situação por causa de um gasto urgente com a saúde do animal. Cerca de 73% já tiveram gastos imprevistos com seu animal de estimação, principalmente com doenças (54%) e 44% já comprometeram seu orçamento ou fizeram dívidas para cuidar da saúde do seu animal. Outros 50% nunca passaram por essa situação, mas afirmam que se passassem fariam o mesmo pelo seu bichinho.

Entre os que extrapolaram o orçamento e fizeram dívidas, 47% não estavam preparados para estes gastos e pagaram no cartão de crédito (33%) ou fizeram um empréstimo com amigos/parentes (8%). O especialista José Vignolli dá algumas sugestões para se evitar essas ciladas.

Uma dica é evitar idas não planejadas ao pet shop e fazer uma lista antes de sair de casa, pensando em adquirir apenas o necessário. Outro ponto importante é formar uma reserva financeira para estar preparado em casos de emergência.

Na ponta do lápis

A pesquisa mostra que não são todos os donos de animais de estimação que não se planejam: 19% pensaram nisso parcialmente, levando em conta alguns custos, e 17% analisaram se podiam arcar com os custos para criar o animal. A grande maioria (90%) afirma que o gasto dos últimos três meses com seus pets está dentro do orçamento e 69% dizem que costumam controlar os gastos relacionados ao animal. Oito em cada dez entrevistados (81%) também costumam pesquisar preços antes de comprar produtos e serviços para seu animal de estimação e 38% costumam economizar em coisas para si mesmo para poder comprar o que há de melhor para seu animal de estimação.

Ainda que o faturamento do mercado pet no Brasil tenha crescido ao longo do ano passado, na comparação com 2015, o setor não parece totalmente imune à crise econômica. A pesquisa mostra que neste ano 46% compraram a mesma quantidade de produtos para seus animais comparando com 2016, 23% diminuíram o volume de compras – sendo que 33% tinham como objetivo economizar e 30% tiveram queda na renda – e 25% aumentaram os gastos.

A maioria (75%) afirma ter reorganizado os gastos com seus animais de estimação a fim de manter o orçamento em dia, sendo que 29% têm comprado somente produtos essenciais ao Pet, 23% reduziram as idas ao pet shop e 19% as idas ao veterinário.

Os principais itens relacionados ao animal de estimação que sofreram cortes ou redução no consumo devido à crise são rações mais caras (23%), brinquedos (20%), banho em pet shop (18%) e serviços de pet shop (16%) – 55% cortaram os gastos considerando os itens menos importantes para o dia a dia do animal, enquanto outros 27% cortaram os produtos ou serviços mais caros.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é visível que os efeitos da recessão, em maior ou menor grau, no mercado de produtos e serviços pet.

A tendência natural é que parte dos consumidores adote medidas de contenção, sobretudo eliminando gastos supérfluos, como muitos já vêm fazendo em relação a outros itens de consumo cotidianos. Isso, por sua vez, poderá impactar o resultado final das vendas do setor ao final deste ano. O tamanho deste impacto, contudo, ainda é incerto e dependerá do desempenho da economia nos próximos meses.

Fonte: Portal R7

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