Muitos produtores enfrentam perdas de produtividade pelo simples fato de não realizarem o manejo correto na hora da apanha e transportes das aves ao frigorífico. De acordo com a gerente de animais de produção e coordenadora do programa nacional de abate humanitário da ONG WSPA Brasil, Charli Ludtke, em primeiro lugar, os produtores devem conhecer o comportamento das aves.
Charlie diz que, ao entrar uma pessoa estranha dentro do aviário, a tendência é que ocorra uma fuga dos animais. “Durante essa fuga, acontecem muitos batimentos de asa e umas aves sobem em cima das outras. Com isso, podem ocorrer fraturas dessas asas e lesões. Isso traz perdas econômicas para o produtor, já que a ave apresentará uma carcaça lesionada”.
Além disso, o produtor deve evitar a presença de outros animais próximos ao aviário. Isso porque, quando a ave enxerga um estranho ou outro animal, o vê como um predador e foge, o que também pode ocasionar lesões.
“Portanto, sempre que entrar no aviário, a equipe deve entrar calmamente. Já no caso do transporte, deve-se evitar caminhões barulhentos, com ronco muito forte, para que o transporte seja o menos estressante possível”, orienta a gerente.
Na hora da apanha das aves, a equipe deve realizar a subdivisão dos lotes, ou seja, trabalhar com lotes menores. Deve também organizar as caixas de forma adequada, mantendo-as abertas e perto das aves. Tudo o mais calmo e tranqüilo possível.
Essa apanha deve ser individual. Além disso, ave não pode ser pega pelo pescoço ou pelas patas, o que também provoca batimento de asa e fraturas. Segundo a gerente, a apanha deve ser feita com as duas mãos, pelo dorso e com as asas fechadas junto ao corpo, ou seja, imobilizadas.
Além disso, é necessário ter cuidado com a questão da água. “A água deve estar sempre à disposição até o momento da apanha, pois a temperatura das aves é de 41 graus. O fato de elas não terem água disponível causa desidratação durante o transporte até o frigorífico”, explica Charli.
O jejum também não deve ser muito longo, o ideal é um período de seis a oito horas antes do transporte. “O jejum prolongado pode causar contaminação, pois a ave acaba comendo o resto de cama do aviário, onde existem contaminantes como salmonela e coliformes”, finaliza.
Fonte: Avicultura Industrial (acessado em 04/04/11)