Dentro da medicina humana, a manipulação de medicamentos é uma opção bastante procurada. A prática, no entanto, vem crescendo também no segmento veterinário. Muitos preferem manipular as fórmulas receitadas a comprar os produtos prontos comercializados nos pet shops. Economia nos preços e ajuste da dosagem de acordo com o tamanho do animal são os itens que mais atraem a clientela.
Segundo a veterinária Débora Vitorino, um medicamento manipulado pode custar de 20 a 50% a menos que os adquiridos prontos. Fabricar os produtos na dosagem exata receitada evita desperdícios e incômodos, pois os proprietários não precisam fracionar o remédio antes de utilizá-lo.
A manipulação também evita erros na quantidade a ser administrada, já que os medicamentos são produzidos de acordo com a indicação e o peso de cada paciente. ”Isso facilita a vida dos proprietários porque os animais têm maior discrepância de dosagem e, dependendo da receita, não é possível partir o comprimido na dose exata”, acrescentam os proprietários de uma farmácia de manipulação veterinária Carlos Eduardo, Paulo Henrique e Aline Cristina Gouveia Fernandes.
Para facilitar a ingestão das fórmulas e evitar transtornos aos donos, a farmácia manipula os medicamentos dentro de biscoitos nos sabores galinha, picanha, peixe, atum, salmão, bacon, carne, camarão, baunilha, chocolate, framboesa, leite, leite condensado, mel e morango.
Além disso, também confecciona produtos para higiene animal como xampu, condicionador, perfume, creme dental (em fase de testes), antisséptico bucal, repelente de insetos e protetor solar, com opção de fragrâncias. ”Grande parte dos clientes opta por manipular o medicamento no biscoito porque a maioria dos animais ingere com mais facilidade. É um produto que tem grande aceitação”, diz Aline. Caso o animal não goste do biscoito, pode trocar o sabor. ”É necessário ter receita do veterinário para qualquer produto que inclua medicamento”, acrescenta.
Dentre os produtos medicamentosos, os que lideram a procura para cuidados com a pele são os antissépticos, antifúngicos, antiparasitários e antimicrobianos. Já para uso interno, os mais procurados são os antibióticos, antiparasitários e antifúngicos.
Carlos Eduardo lembra que há alguns anos os medicamentos de uso veterinário eram manipulados em farmácias humanas e nem todos os estabelecimentos preparavam produtos para animais, o que dificultava a vida dos veterinários e proprietários. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o segmento de manipulação veterinária, no entanto, vem crescendo e desde 2004, a Fiscalização de Produtos Veterinários (Fisprovet) controla essas farmácias.
Fonte: Bonde (acessado em 04/01/11)
