Medo faz com que pássaros tenham menos filhotes

Até mesmo na natureza, a única coisa que é preciso temer é o próprio medo. A bióloga da Universidade de Western Ontário, Liana Zanette, conduziu um estudo que descobriu que predadores podem influenciar a dinâmica populacional de outros animais através do medo. Os pesquisadores constataram que só barulho de predadores era capaz de reduzir o número da prole de passarinhos da espécie Melospiza melodia (conhecidos como pardal de canção ou tico-tico musical), além de reduzir as taxas de sobrevivência dos filhotes.

Para chegar a tal conclusão, os pesquisadores primeiro protegeram os pássaros com redes e cercas elétricas. Em seguida, colocaram em alto falantes diversos sons de predadores. Os pássaros ouviram as gravações 24 horas por dia num período de 130 dias. Os ciclos eram de quatro dias com os alto falantes ligados, interrompidos por quatro dias de equipamentos desligados. O resultado foi que as aves expostas aos sons construíram seus ninhos em locais mais isolados, o que exigiu maiores viagens para fazer o ninho, colocando seus descendentes em situação de desvantagem.

As fêmeas também puseram menos ovos. A percepção de que poderiam ser alvo de predadores reduziu o número de ovos em 40%. “Um predador não pode se alimentar de todos os animais de uma região, mas pode provocar medo em todos eles. O efeito do medo é maior que o da predação direta, pois todos vão reparar que há um predador por ali”, disse

De acordo com Liana, o estudo mostra que o impacto da inserção de espécies exóticas de lobos ou felinos em parques nacionais, por exemplo, poderia ter efeitos mais graves do que os imaginados até agora, pois mesmo que eles não se alimentem de animais nativos, eles os assustariam.

Os pesquisadores acreditam que o estudo possa ser replicado para outras espécies, inclusive em humanos. “A vida selvagem é cheia de tensões todos os dias, e os animais precisam responder a elas. Como todos têm esse comportamento, acredita-se que pode ser replicado para qualquer um do reino animal”, disse.

Michael Clinchy, da Universidade de Vitória, no Canadá, que também participou do estudo, faz um paralelo do comportamento dos animais submetidos ao barulho dos predadores com estresse pós-traumático apresentado em humanos. “Instantaneamente, eles apresentaram um comportamento de imobilidade e vigilância por causa do medo, que são as mesmas características de pessoas com a síndrome”, disse.

Fonte: Último Segundo (acessado em 09/12/2011)

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