Banho de ofurô com pétalas de rosas, acupuntura para combater o estresse, coleiras com o nome do animal gravado em cristais, sapatos de diferentes modelos e cores, capa de chuva, cobertor nana-dog e fantasias diversificadas, incluindo trajes para festas, como roupas para noiva, noivo, madrinhas e padrinhos, são algumas novidades do universo pet, um segmento em franca ascensão na cidade de Jundiaí.
Nos últimos dois anos, foram abertos em média dois novos pet shops por mês em Jundiaí. A maioria dos estabelecimentos trabalha com o banho e tosa e a venda de acessórios e rações para animais de estimação. Mas os serviços vão além. Há tratamentos clínicos de reabilitação, fisioterapia, acupuntura e até mesmo inseminação artificial em cachorras. “Neste caso, normalmente são criadores que investem na reprodução de raças específicas. É um outro nicho do mercado”, explica veterinário e proprietário do Espaço Canino, Rafael Pessini.
Para os donos dos pets, hoje as pessoas tratam os animais de estimação como verdadeiros filhos e não medem esforços nem físicos nem financeiros para garantir que sejam bem cuidados, tornando este mercado muito promissor.
A aposentada, Maria Dalva Baldi, é um exemplo. Semanalmente ela leva sua cachorra Mel às sessões de acupuntura. “Eu mesma nunca fiz, mas ele precisa porque tem bico de papagaio, não estava mais conseguindo nem subir degraus”, conta, demonstrando preocupação.
De acordo com a veterinária acupunturista Camila Borelli Nascimento, as sessões têm duração de 20 minutos e são aplicadas 20 agulhas, independente do porte ou raça do cachorro. “A acupuntura na maioria das vezes trata problemas da estrutura óssea e os resultados nos animais são tão eficientes quanto nos seres humanos”, explica.
Hotéis para cachorro complementam os serviços oferecidos na cidade, com diárias fora de temporada custando a partir de R$ 35,00. A ideia dos donos dos hotéis é fazer com que os animais se sintam em casa.
Membros da família, cães têm tratamento vip
A rotina da instrumentadora cirúrgica, Andréa Cristiane Ferreira Fúngaro, é a mesma todos os dias quando ela retorna do trabalho para casa, dar atenção às cadelas Tifany, 12 anos, e Safira, 3. “Eu as trato como se elas fossem minhas filhas. Sempre gostei e tive cachorro em casa, desde criança. Eles nos dão amor sem pedir nada em troca e percebem quando estamos tristes”, comenta, revelando: “Tenho até medo porque uma das meninas, a Tifany, já está velhinha. Às vezes choro só de pensar que daqui a pouco irei perdê-la”.
Tifany e Safira são da raça poodle e recebem de Andréa não só amor e carinho, mas também cuidados especiais. “Quando a Safira era bebê, eu colocava fralda de criança nela. Foi assim até que ela aprendesse a fazer xixi no quintal. E todo dia eu dedicava tempo a ensiná-la”, ressalta.
De acordo com Andréa, a dedicação é tanta que sua filha biológica, Amanda, 16, chega a ficar enciumada. E não é à toa. As cachorrinhas da casa têm direito a horas de conversa, banho todo sábado, roupas especiais para aquecê-las nos dias frios de inverno, biscoitinhos todo dia, ossos de brinquedo e, inclusive, a sessões de embelezamento.
Investimento
No apartamento da psicóloga Ianne Melotti, casada e mãe de dois filhos, o cenário não é muito diferente. Ela tem um cão chamado Tob da raça dachshund e uma cachorrinha da raça lhasa apso, a Petit. No mês passado, os gastos com os bichos de estimação chegaram a R$ 800,00. “Foi um mês atípico porque eles ficaram em um hotel durante o período em que viajamos”, explica.
Entretanto, na rotina dos cães há visita ao Pet Shop para banho e tosa frequentemente, vacinas a cada quatro meses e consultas de rotina ao veterinário. “Costumo gastar o essencial para que sejam bem cuidados”, afirma, assumindo que os cães são membros da família.
Fonte: Rede Bom Dia (acessado em 14/02/11)