Com a chegada das férias de meio de ano, muitos responsáveis planejam viagens e precisam decidir se levam seus animais de estimação ou optam por deixá-los sob os cuidados de terceiros. Profissionais da Comissão Técnica de Animais de Companhia do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) dão dicas de como garantir a segurança do seu pet durante o período.
Para evitar imprevistos e garantir o conforto e a segurança dos animais é preciso planejar a viagem com antecedência. Mesmo para quem vai deixá-los em casa, é preciso escolher pessoas de confiança ou contratar um profissional, como um pet sitter, que tenha experiência em reconhecer sinais de dor, febre ou alterações de comportamento, e que tenha sido, se possível, indicado por outros responsáveis, médicos-veterinários ou clínicas.
A integrante da Comissão Técnica de Animais de Companhia do Conselho Regional de Medicina Veterinária do CRMV-SP, Larissa Mitie Hojo, indica também informar ao cuidador detalhes importantes antes de viajar.
“O responsável deve garantir que ele conheça as rotinas, alimentação, medicações e particularidades do seu pet. E deixar contatos do médico-veterinário de confiança, além de informações sobre saúde do animal”, ressalta Larissa.
Preparando a viagem
Para quem vai viajar com o pet, é importante ter cuidado no trajeto e no destino, mas tudo começa antes de sair de casa. O ideal é marcar um checkup preventivo para ter certeza de que o animal está em condição física de viajar, bem como atualizar vacinas e antiparasitários.
Se o médico-veterinário liberar, o responsável deve levar documentos do animal e carteira de vacinação, e não se esquecer de itens essenciais como água, alimentos e brinquedos com os quais o animal já esteja acostumado. Para viagens de avião, documentos específicos podem ser necessários, como o Certificado Veterinário Internacional (CVI) e passaporte. O responsável deve consultar a companhia aérea com antecedência para evitar transtornos no embarque e desembarque.
Já para viagens de carro, o responsável deve acostumar o pet previamente ao veículo, fazendo trajetos curtos e transportar o animal em caixas de transporte ou cintos de segurança adequados ao tamanho do animal.
Evitando estresse
Paradas são necessárias, recomenda a também integrante Comissão Técnica de Animais de Companhia do CRMV-SP, Maria Claudia de Campos Mello Inglez de Souza. “Seja qual for o meio de transporte, deve-se considerar o tempo de viagem e o conforto do animal. Idealmente, em viagens de carro, os animais devem utilizar cinto de segurança ou caixa de transporte devidamente presa, e intervalos a cada 2 ou 3 horas devem ser realizados para passeio na coleira, hidratação e alimentação em pequena quantidade.”
Outro ponto de atenção é com a alimentação, para evitar mais estresse ao animal, já que mudanças bruscas de ambiente podem ser incômodas, é preciso tentar alimentar o pet próximo dos horários de costume. “O ideal é manter a rotina de alimentação o mais próximo possível do habitual e oferecer água fresca constantemente”, explica a médica-veterinária Larissa Mitie Hojo.
Sem acidentes
Seja seu destino campo, cidade ou litoral, naturalmente curiosos, cães e gatos podem sofrer acidentes e as férias, que deveriam ser divertidas, se tornarem traumáticas. Como alerta a médica-veterinária Maria Claudia.
Pontos de atenção especial são a ingestão de alimentos e de água de rios e lagos contaminados; acidentes em piscinas, como afogamentos; e o acesso a plantas tóxicas para animais como azaleias, lírios e samambaias.
Zero fugas
Embora as férias sejam tempo de relaxar, animais precisam de supervisão constante, principalmente em áreas abertas para que não se percam ou sofram acidentes. Não supervisionar o animal em ambientes externos, aumenta o risco de acidentes ou fugas.
É preciso confirmar, por exemplo, que o local da hospedagem, seja um sítio, hotel ou a casa de parentes, tenha cercas seguras, como recomenda Larissa Mitie Hojo. “Certifique-se de que as cercas sejam altas, resistentes e sem buracos ou pontos frágeis que possam permitir a fuga do seu pet. Verifique regularmente a integridade delas para evitar acidentes.”
Fauna e flora
Muitas pessoas aproveitam as férias para terem mais contato com a natureza, e nesses momentos é indispensável monitorar o contato do cão ou gato com a flora e fauna local, além do risco de intoxicação pela ingestão de plantas tóxicas, podem surgir acidentes no contato com animais silvestres ou peçonhentos.
“Supervisione seu pet especialmente em áreas com vegetação densa ou próximas a animais silvestres, pois esses ambientes podem esconder animais perigosos, como cobras ou escorpiões, que podem representar riscos à saúde do seu animal”, alerta Larissa.
Faça o checklist abaixo e viaje com tranquilidade e segurança:
- Leve seu pet para uma consulta no médico-veterinário antes da viagem;
- Utilize antiparasitários e coleiras repelentes indicados pelo médico-veterinário para prevenir doenças transmitidas por vetores como mosquitos, pulgas e carrapatos;
- Supervisione a interação com a fauna local (serpentes, aranhas, sapos, ouriços, morcegos etc.), que podem representar perigo;
- Monitore cães em rios, lagos e piscinas para prevenir afogamentos;
- Evite que bebam água de rios, lagos ou poças;
- Tenha cuidado com plantas tóxicas, agrotóxicos, venenos para roedores e fertilizantes;
- Cuidado com locais muito quentes, evitando a ocorrência de hipertermia (aumento anormal da temperatura do corpo) e queimaduras solares.