O jardineiro Fabiano Júnior Geraldo, 33, cria pombos-correio na Vila Virgínia, há dez anos. Essa ave se distingue pelo seu senso de direção apurado. Há criadores desses animais em todo o País. “Existem até federações de criadores de pombos”, explica o morador do bairro, que participa de competições.
O viveiro de Fabiano é pequeno, com 30 pombos competidores, que recebem os mimos dispensados a todo atleta. Só se alimentam de grãos, recebem banhos e são atendidos por um veterinário da associação. Para criar os pombos, ele tem autorização do Ibama. A despesa para cuidar dos animais é de R$ 40 por mês.
O jardineiro diz que começou a se interessar por pombos por “consciência pesada”. Ele criava pássaros, presos nas gaiolas. Já os pombos podem ficar soltos. Bem tratados, não transmitem doenças.
As provas que os pombos disputam são de “velocidade”, “meio fundo” e “fundo”. Na velocidade, ganha o pombo que voltar primeiro ao viveiro. No meio fundo, a equipe que tiver mais pombos a salvo e em tempo menor. Na categoria fundo, é a mesma coisa, com uma distância mais longa.
As provas testam a capacidade dos animais em voltar para a casa. Para isso, eles são transportados de carretas até o local de onde devem voltar. Durante o voo, chegam a fazer velocidades acima dos cem quilômetros por hora. De Brasília até Ribeirão, por exemplo, uma distância de 700 quilômetros, chegam a fazer em nove horas.
Os prêmios são medalhas e troféus e, dependendo do nível do campeonato, há prêmios como correntinhas de ouro. O resultado é mostrado através de “borrachas” colocadas nos animais, que permitem a identificação e o tempo. Um relógio eletrônico lê e identifica o tempo e os respectivos donos. O sistema evita erros.
Os pombos atletas têm até reservas. Eles servem para substituir os competidores caso algum se extravie. Nesse caso, os donos precisam conhecer muito bem seus animais, porque os reservas não carregam a borracha de identificação.
Habilidade do pombo é a de voltar ao ninho
Personagens obrigatórios em filmes de espionagem antigos, os pombos-correio são aves capazes de retornar ao seu ninho mesmo depois de percorrer grandes distâncias. Por isso, esses animais foram usados para levar mensagens presas em suas patas. Eles têm um senso de direção muito apurado e, bem treinados, sabem reconher o caminho de casa.
Para provar a habilidade dos pombos-correio, Fabiano costuma fazer uma brincadeira. Ele e um amigo trocam os pombos que criam. Depois, soltam os animais com alguma mensagem presa. Os pombos-correio acabam voltando para seu pombal de origem, trazendo a mensagem.
“Mas, no caso dos filmes, é apenas fantasia. Eles não levam mensagens, apenas retornam para o lugar de onde saíram”, ensina o criador.
Fabiano diz que existem associações de criadores no Brasil inteiro e são realizados campeonatos em categorias regionais, estaduais e nacional.
Fonte: Jornal A Cidade (acessado em 05/07/2011)