Com os termômetros
baixando e as mudanças bruscas de temperatura típicas do outono paulistano,
não são só as pessoas que ficam mais suscetíveis a gripes, resfriados e
doenças respiratórias. Animais de estimação, como os gatos, também sofrem com
a chegada de dias mais frios.
“O felino é um animal muito atingido pelas variações climáticas,
principalmente pelo clima seco e mudanças repentinas de São Paulo”, explica a
médica veterinária especializada
Luciana Deschamps. Ela alerta que os gatos têm um
sistema respiratório sensível e, nesse período do ano, podem desenvolver
resfriados, asmas bronquites e rinotraqueítes,
entre outras doenças. A veterinária alerta: “isso acontece também com animais
saudáveis e vacinados”.
Também veterinária, Kelly Teixeira Dutra é dona de dois gatos: Clark e Lana.
Os dois têm rinotraqueíte, que ela explica como
sendo uma sinusite felina. Segundo Kelly, toda vez que esfria, eles voltam a
sofrer com o problema. “O nariz escorre, eles espirram, às vezes têm tosse”,
conta. Há cerca de duas semanas, a gatinha Lana esteve internada e precisou
tomar antibiótico para se recuperar de uma crise.
Luciana alerta que os donos devem estar atentos aos sintomas de
resfriados e outros problemas respiratórios de seus gatos, pois muitas vezes
essas doenças podem evoluir para uma pneumonia e terminar até com a morte do
animal. Segundo Luciana, os sintomas mais perceptíveis são olhos
avermelhados, febre, espirro, nariz escorrendo, inatividade maior e redução
de apetite.
A aposentada Edelweis Amaral fica sempre atenta a
sua gata Luana durante o inverno. A gata, que já tem quase 13 anos, sofre de rinotraqueíte crônica e a doença se agrava no inverno.
“Ela tem uma coriza constante na época de inverno, aumento da secreção e
espirra mais”, afirma Edelweis.
Como evitar
Luciana explica que algumas medidas podem evitar que os gatos adoeçam
ou tenham complicações decorrentes das mudanças de temperatura nessa época do
ano, entre elas uma mudança na alimentação. Ela recomenda que não se deixe o
animal exposto a vento, frio, chuva e água. “Às vezes, o gato passa por algum
local que está sendo lavado e fica com as patas molhadas”, alerta. Ela também
afirma que um reforço na alimentação e oferecer vitaminas do complexo B podem
ajudar a prevenir as doenças.
Edelweis segue essas recomendações. Como mora em
apartamento, procura evitar que a passagem de correntes de vento pelo local,
fechando as janelas e impedindo que a gata Luana fique no terraço durante a
noite. Ela também forra a caminha onde o animal dorme com um cobertor e não dá
banhos, seja no inverno ou no verão: “gato meu nunca tomou banho”. A dica é
confirmada por Luciana, que alerta para que os donos não deem
banhos em seus gatos nas épocas de baixa temperatura. As medidas parecem
funcionar, em 13 anos, a gata nunca foi internada.
Luciana lembra aos proprietários para jamais darem medicamentos humanos para
gatos, pois isso pode provocar até a morte do animal. O mesmo vale para
medicamentos caninos. “Gato não é cachorro”, lembra a
veterinária, por isso antibióticos caninos também não servem para felinos.
Ela recomenda que os donos dos bichinhos procurem um especialista assim que
identificarem os sintomas no animal e alerta que gatos de cara chata, persas
e gatos exóticos devem ter atenção especial, pois, devido ao formato do
rosto, esse animais têm o nariz mais delicado e vias
nasais menores.
Fonte: G1, acesso em 24/04/2009