Nota de esclarecimento: Infertile

Por solicitação da assessoria de comunicação da empresa Rhobifarma, fabricante do Infertile, publicamos neste espaço nota de esclarecimento sobre a matéria “Veterinários e entidades de proteção defendem castração cirúrgica”, divulgada pela Agência Sebado e reproduzida no site do CRMV-SP.

Nota de esclarecimento

Em relação à reportagem “Veterinários e entidades de proteção defendem a castração cirúrgica”, veiculada pela Agência Senado no dia 12 de agosto, a Rhobifarma, empresa responsável pelo medicamento Infertile, gostaria de esclarecer alguns pontos:

A Organização Mundial de Saúde (OMS) não indica qual tipo de esterilização deve ser utilizada. De acordo com as publicações do órgão, é citado apenas que a prática da captura e extermínio dos animais abandonados não é eficiente. Ver originais:

* “Os programas de eliminação de cães, em que cães vadios são capturados e sacrificados, são ineficazes e caros.” (8º Informe Técnico, cap.9.3, p.57) “Não existe nenhuma prova de que a eliminação de cães tenha gerado um impacto significativo na densidade das populações caninas ou na propagação da raiva. A renovação das populações caninas é muito rápida e a taxa de sobrevivência delas sobrepõe facilmente à taxa de eliminação.” (8º Informe Técnico (1992), capítulo 9, item 4, p.59)

* “todo programa de controle de raiva deve contemplar como elemento básico o controle da população canina” (8º Informe Técnico, capítulo 9, p.55).

Em relação à declaração da presidente da Suipa, Isabel Cristina, de que a castração cirúrgica é indolor e tem a recuperação mais rápida, informamos que esse tipo de castração, como toda cirurgia, causa dor e ainda pode trazer complicações típicas de um pós-cirúrgico (inflamação, infecção, perda dos pontos, recuperação lenta, entre outras).

De acordo com um criterioso estudo conduzido pelo Prof. Dr. Stélio Luna, da Faculdade de Medicina Veterinária da Unesp de Botucatu (SP), referência brasileira em anestesiologia veterinária, a esterilização química com o Infertile dói menos do que a castração cirúrgica (detalhes em www.infertile.com.br). No entanto, é fundamental seguir o seguinte protocolo de aplicação: cerca de 30 minutos antes da esterilização com o Infertile, deve ser ministrado o medicamento Acepromazina por via intramuscular na dose de 0,025 mg/kg, ou o medicamento Meloxican, na dose de 0,2 mg/kg, ambos de uso comum e baixo custo. Nos testes realizados com esses protocolos não foram identificados sinais significativos de dor que obrigassem o uso de fármacos adicionais (analgésicos de resgate).

A recuperação do cão é infinitamente mais rápida com o Infertile. Ou seja, basta a aplicação de duas injeções e o animal é liberado em seguida, sem cortes, pontos ou riscos de infecções.

Em relação às vantagens da castração cirúrgica, gostaríamos de esclarecer que o método cirúrgico realmente é bom, entretanto, o Infertile representa uma evolução científica gigantesca ao transformar uma cirurgia em algo ambulatorial. Além do que, custa cerca de 70% menos do que a castração convencional, o que é excelente para os municípios (e contribuintes), que poderão fazer muito mais esterilizações com os mesmos recursos. Ou seja, se a ONG ou município tem verba para fazer cem cirurgias, com o Infertile poderão ser feitas entre 200 e 300 esterilizações pelo mesmo valor. Não consideramos nesse cálculo o aumento do custo da castração cirúrgica que vai ocorrer segundo a Resolução 1.892 do CRMV-SP, que normatiza procedimentos mínimos para as campanhas de castração.

Como tudo que é novo, é natural surgirem dúvidas. No entanto, a segurança e a eficácia do produto já foram comprovadas por diversas instituições de respeito, entre elas USP, Unesp e Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP). Recentemente, por exemplo, o órgão que representa os médicos veterinários emitiu um parecer que, em linhas gerais, diz que o Infertile foi obtido após um minucioso desenvolvimento científico e “representa uma alternativa de interesse para a saúde pública veterinária, indicado, principalmente, para o controle da reprodução de cães de companhia de populações de baixa renda” (integra disponível em www.infertile.com.br).

Outra importante entidade que se posicionou sobre a castração química é a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA), um grupo que reúne mil ONGs afiliadas em 150 países, sendo mais de cem no Brasil. De acordo com um documento divulgado em abril deste ano nos Estados Unidos, a WSPA ainda não usa o método em seus programas porque está avaliando o custo benefício da tecnologia, porém, não desaconselha suas afiliadas a utilizarem este tipo de produto.

Outro ponto que precisa ser corrigido é que o Infertile está em fase de testes. Tal fase terminou em 2008, ano em que o produto foi devidamente aprovado e registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (licença nº. 9.427/2008), órgão responsável pela certificação deste tipo de medicamento. Para isso foram realizados diversos testes, como de eficácia, segurança e estabilidade, entre outros.

Sobre o risco do Infertile ser aplicado por pessoas despreparadas, informamos que trata-se de produto ético, ou seja, só pode ser manuseado por médicos veterinários e, para garantir isso, existem diversos controles.

Para finalizar, a veterinária Roberta Beeg destaca que “no caso da esterilização química, uma única aplicação aumenta em 90% o risco de câncer de mama nas fêmeas”. Outro equívoco, já que não existe esterilização química para fêmeas. Imaginamos que ela se confundiu e fez referência aos anticoncepcionais, produtos de formulações completamente diferentes do Infertile.

Atenciosamente,

Ricardo Lucas
Médico veterinário e sócio-diretor da Rhobifarma
CRMV-SP 5217

Relacionadas

CRMV-SP Orienta: agenda aberta de maio para palestras de liberação da cédula profissional
Homem e mulher felizes e com expressão de surpresa.
Imagem de freepik
Imagem de mulher sorridente segurando telefone ao lado dos dizeres: Semana do Zootecnista. Inscreva-se.

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40