Nota sobre Febre Amarela

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) preocupado com o atual surto de Febre Amarela e os recentes casos de agressões a primatas, transmite algumas informações sobre esta enfermidade, considerando a importante interface da doença entre a Saúde Pública e a Saúde Silvestre, com ênfase nas populações de macacos.

Ela foi introduzida no Brasil a partir da África há centenas de anos. Os macacos, assim como os humanos, não transmitem diretamente essa doença. O vírus pode circular em dois ciclos básicos: o urbano e o silvestre. No ciclo silvestre, a doença circula entre macacos e outros animais, transmitida por mosquitos contaminados dos gêneros Sabethes e Haemagogus, que ocorrem em áreas de mata. No ciclo urbano (não registrado no Brasil desde 1942), a transmissão se dá dentro de cidades através do mosquito Aedes aegypti que, nesse caso, é o vetor responsável pela disseminação da doença. A febre amarela no Brasil apresenta uma ocorrência endêmica, principalmente na região amazônica.

Fora da região amazônica, surtos da doença são registrados esporadicamente quando o vírus encontra uma população de susceptíveis (pessoas não vacinadas). A ocorrência de casos humanos tem sido compatível com o período sazonal da doença (dezembro a maio), mas são necessários esforços adicionais para as ações de vigilância, prevenção e controle da doença.

Desde 2016 o vírus voltou a circular em algumas regiões do Estado de São Paulo, em seu ciclo silvestre, e atualmente tem ocorrido registros de mortes de primatas na região de Louveira, Jundiaí, Itatiba, Campo Limpo Paulista, Mairiporã, e inclusive alguns casos no município de São Paulo, o que indica a retomada da dispersão do vírus com a elevação da temperatura e da umidade características desta época do ano.
O Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” (CVE / Secretaria de Estado de Saúde) disponibiliza periodicamente informações atualizadas, por meio do Boletim Epidemiológico sobre Febre Amarela, disponível em:

http://www.saude.sp.gov.br/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica-prof.-alexandre-vranjac/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-zoonoses/agravos/febre-amarela/boletim-epidemiologico

Neste contexto, o CRMV-SP alerta os profissionais veterinários quanto a:

• Notificação de Febre Amarela Silvestre em macacos

Caso chegue a seu conhecimento qualquer informação sobre ocorrência de macaco doente ou morto, entre em contato imediatamente com a Vigilância Epidemiológica Municipal ou o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE/SES) (http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/institucional/gves.pdf).

Em caso de dúvidas ou dificuldade de contato nos GVEs, ligue para:

• Divisão de Zoonoses do Centro de Vigilância Epidemiológica (de segunda a sexta-feira, das 7 às 18 horas): (11) 3066-8296;

• Plantão Médico do Centro de Vigilância Epidemiológica (finais de semana e feriados): 0800-555466.

As notificações são de extrema importância para a adequada vigilância da doença, realizada conforme os procedimentos estabelecidos no “Guia de Vigilância de Epizootias em Primatas Não Humanos e Entomologia Aplicada à Vigilância da Febre Amarela”, disponível no site do Ministério da Saúde ou através do link:

http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/24/Guia_Epizootias_Febre_Amarela_2a_ed_atualizada_2017.pdf

Reforçamos que pessoas leigas não devem manipular os animais, devido ao risco de contaminação por outras doenças (não pelo vírus da Febre Amarela, que é transmitido apenas por determinados mosquitos, mas há outras doenças a serem prevenidas).

• Vacinação humana contra a Febre Amarela
Recomenda-se que os profissionais se informem pelos sites dos órgãos oficiais de saúde sobre os municípios do Estado de São Paulo com recomendação de vacinação, que é a principal forma de prevenção da doença.

• Orientações gerais

• Ao encontrar macacos vivos, sadios e em vida livre: NÃO capturar; NÃO transportar; NÃO alimentar; NÃO maltratar; NÃO matar. Para ajudar, apenas deixar os macacos vivos na floresta.

• Agredir ou matar macacos é crime ambiental (artigo 29 da Lei Federal nº 9605/1998,) e prejudica o trabalho de prevenção dos surtos de Febre Amarela, pois a morte destes animais acometidos por esta enfermidade alerta o Poder Público para a possibilidade de novos casos humanos na região.

• Ao presenciar ou saber de agressões a macacos, denuncie às autoridades de meio ambiente. Para denúncias à Polícia Militar Ambiental:

• Aplicativo de “Denúncia Ambiente” (gratuito);

• Site http://denuncia.sigam.sp.gov.br/;

• Unidade mais próxima da Polícia Militar Ambiental:http://www3.policiamilitar.sp.gov.br/unidad…/…/localize.html;

• Disque 190, em casos de emergpência.

O CRMV-SP, considerando sua missão, espera que a divulgação destas informações auxilie todos os profissionais veterinários a cumprir seu importante papel de orientação à população, sob a abordagem da Saúde Única.

Por fim, agradecemos a atenção e contamos com a colaboração de todos.

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