O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos – Biomanguinhos, da Fiocruz, deu um importante passo para o desenvolvimento de uma nova vacina contra a febre amarela no Brasil. Um acordo de cooperação assinado com o Centro Fraunhofer para Biotecnologia Molecular e a empresa iBio vai permitir a fabricação de um novo imunizante contra a doença, ainda mais seguro e eficaz, com baixo índice de reações ou eventos adversos nos pacientes.
Vacina em plataforma vegetal
A nova vacina será desenvolvida por meio de uma planta, a Nicotiana benthamiana, espécie de tabaco cultivado por meio de hidroponia, em cujas folhas são colocados os genes que codificam a principal proteína do vírus causador da febre amarela.
O acordo determina que a Fraunhofer compartilhe o processo de desenvolvimento, produção e purificação de uma proteína do vírus da febre amarela que atua como antígeno imunizante.
A realização dos testes pré-clínicos e clínicos no Brasil será feita em conjunto pelas instituições. O diretor de Biomanguinhos, Artur Couto, avalia a parceria como um importante avanço na área de pesquisa e desenvolvimento de novos imunizantes. “O acordo abre perspectivas para que o Brasil seja pioneiro na produção de vacina contra febre amarela sem eventos adversos graves”, afirma ele.
Vacina contra a febre amarela
A vacina contra a febre amarela utilizada hoje no País é produzida pelo Instituto com tecnologia 100% brasileira, e desenvolvida a partir de uma estirpe viva atenuada do vírus da doença, cultivada em ovos de galinha.
”A nova vacina vai contribuir significativamente para proteger um público mais amplo”, diz o diretor executivo da Franhoufer, Vidadi Yusibov.
O presidente da iBio, Robert B. Kay, destaca a contribuição para o desenvolvimento do setor. “A colaboração entre Biomanguinhos/Fiocruz, Fraunhofer Center e iBio deverá colocar o Brasil na vanguarda do desenvolvimento e da produção de vacinas e outros biofármacos”.
A Fiocruz investirá US$ 6 milhões no projeto para que o País avance no domínio de avançados processos de produção. A previsão para o início da fase clínica um, no Brasil e Estados Unidos, é de três anos.
Fonte: Diário de Saúde (acessado em 28/01/11)