Se for implantado o novo Código Florestal, aprovado no mês passado por uma comissão da Câmara, os impactos negativos na fauna brasileira, como redução e até extinção de algumas espécies, poderão ser sentidos já nos próximos cinco anos.
A análise é de cientistas que lotaram ontem o auditório da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para discutir o projeto de lei proposto pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP). De acordo com eles, o código não contou com a comunidade científica para ser elaborado.
O novo código, que ainda precisa ser votado no Congresso, encolhe as Áreas de Proteção Permanente (APPs), entre outras medidas. A redução de 30 m para 15 m das APPs nas margens dos riachos (com até 5 m de largura), que compõem 90% da malha hidrográfica nacional, é um dos pontos críticos. Matas na beira dos rios são importantes para os bichos terrestres e aquáticos, pois fornecem insetos e material orgânico aos peixes.
“Em São Paulo, 45 das 66 espécies de peixes de água doce ameaçadas de extinção estão justamente nos riachos”, relata a bióloga Lilian Casatti, da Unesp de São José do Rio Preto.
Fonte: Folha de São Paulo (acessado em 04/08/10)