Se o crocodilo ou o gambá estão obesos ou o filhote da girafa da Fundação Parque Zoológico de São Paulo precisa de um complemento alimentar, o zootecnista vai saber. Se o hipopótamo está velhinho e necessita de uma dieta especial ou os cisnes não gostaram da nova ração, também. Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Henrique Luís Tavares, de 34 anos, é o nutricionista dos mais 3.500 animais do zoológico de São Paulo.
Entre outras atribuições, o zootecnista é responsável por calcular os regimes dos bichos com sobrepeso, reforçar os pratos das espécies doentes ou em extinção, e adaptar as dietas com os ingredientes disponíveis, a partir do que os animais se alimentam em seu habitat. Os flamingos, por exemplo, recebem pratos diários de peixes misturados com colorau que substituem camarões e algas encontrados na natureza. O colorau ajuda a manter a penugem avermelhada das aves.
Os animais do zoológico paulistano consomem quatro toneladas de alimentos por dia, sendo meia de carne e o restante de ração, frutas, grãos e sementes. Herbívoros como as girafas comem cerca de cem quilos de alimentos por dia.
Também é função do zootecnista promover o melhoramento genético e aumentar a produtividade animal. “O bem-estar animal é um dos nossos lemas, inclusive na hora do abate. Seguimos regras e técnicas para diminuir o sofrimento do bicho e não comprometer a qualidade da carne”, afirma Tavares. No zoológico de São Paulo, os ratos e porquinhos-da-índia criados no biotério para alimentar outros bichos são mortos por uma câmara de gás, mas segundo o zootecnista, adormecem antes de serem asfixiados.
Veja a matéria sobre a profissão feita pelo site G1:
Fonte: G1 (acessado em 27/01/11)