O difícil momento de lidar com a possibilidade da perda do pet

Médico-veterinário precisa de cautela para a abordagem aos tutores
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Pixabay

Por conta do crescimento do vínculo afetivo entre tutor e animal, um dos maiores desafios dos médicos-veterinários que atuam em clínica de pequenos está em comunicar o óbito, principalmente em uma sociedade que não está acostumada a lidar com perdas.

“Para muitos tutores, o momento da internação do animal é a primeira vez em que se separam do seu pet. O médico-veterinário deve saber trabalhar com demandas psicológicas dos familiares diante do adoecimento do animal e encontrar a melhor forma de abordar o diagnóstico do paciente”, afirma Joelma Ruiz, psicóloga especialista em terapia do luto.

Segundo Joelma, a partir do momento em que o tutor recebe o diagnóstico de uma doença crônica, ele entra automaticamente em luto antecipatório. “A morte gera emoções intensas nas pessoas. As informações de óbito ou eutanásia devem ser precisas, mas passadas com delicadeza e empatia”, ressalta.

Síndrome de Burnout

Carga horária excessiva em residências e hospitais veterinários, estresse em atendimentos e emergências, cobrança e falta de preparo para lidar com o luto animal são alguns dos motivos que levam o médico-veterinário a estar na liderança entre as profissões que mais apresentam doenças relacionadas ao estresse, como a síndrome de Burnout.

Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), entre 1980 e 2007, a Medicina Veterinária foi a profissão com a maior taxa média por ocupação e risco ocupacional de suicídio. A pesquisa mostra que a ocorrência de suicídios é 225% maior na Medicina Veterinária do que em outras profissões.

Dicas sobre como tratar o luto na UTI

1- O médico-veterinário precisa ter cautela ao comunicar más notícias. O tipo de abordagem pode gerar consequências fisiológicas e psicológicas no tutor. Comunicação deve ser  Ele deve ser clara e objetiva;

2- A internação do animal pode gerar luto antecipatório, desencadeando dor e desorientação no tutor e provocar reações agressivas. O profissional deve falar de maneira acolhedora sobre processos naturais da vida;

3- Descrições no leito do tipo “animal bravo” devem ser evitadas. Essa medida pode gerar insegurança no tutor por acreditar que seu animal receberá atendimento diferenciado por ser considerado agressivo;

4- Tanto para idosos como para crianças, a perda do animal pode ser impactante. O profissional deve ter clareza da importância de seu trabalho e seu impacto na vida dessas pessoas.

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