Uma onça-pintada de
aproximadamente quatro anos de idade que estava ameaçada pelas cheias na
região amazônica foi resgatada de uma comunidade ribeirinha na Reserva de
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas.
A fêmea, apelidada de Janaína, era mantida em uma jaula que, devido ao
período de cheias na região, estava alagada. A situação fez com que as patas
do animal ficassem bastante feridas.
A onça foi entregue ao Ibama
pelos antigos donos no último dia 31 de maio. O animal foi então levado para
a 16ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército, na cidade de Tefé, onde
ficará em tratamento pelos próximos dez dias.
Depois de recuperado, o animal seguirá de barco para Manaus, em uma viagem
que dura aproximadamente 48 horas. De lá, será transferido para Brasília e
encaminhado a um zoológico em Uberlândia, Minas Gerais.
Cativeiro
A onça-pintada foi
capturada e criada, desde filhote, em uma pequena jaula de madeira por um
morador da comunidade Bate Papo, na Reserva Mamirauá.
Quando o criador da onça morreu, em agosto de 2008, seu pai decidiu
entregá-la ao Ibama,
devido ao comportamento agressivo do animal.
Segundo o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá,
que é cogestor da reserva, a alimentação do animal
no cativeiro era composta basicamente por peixes. Em seu habitat natural, a
onça se alimenta normalmente de mamíferos de médio e grande porte, aves e
répteis.
Em janeiro deste ano, uma onça parda que vivia em cativeiro já havia sido
entregue a pesquisadores do instituto. Apelidada de Euzébia,
ela foi encaminhada ao zoológico municipal Sargento Prata, em Fortaleza,
Ceará.
Segundo os técnicos, animais criados em cativeiro dificilmente podem ser
reintegrados ao seu habitat original.
"Não é impossível, mas seriam necessários investimentos e esforços por,
pelo menos, cinco anos, considerando que um animal dessa espécie vive até 12
anos em cativeiro", disse Maria Carolina Ramos, do Instituto de
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Fonte: Estado Online, acesso em 04/06/2009