Outubro Rosa: prevenção do câncer de mama também deve ser feita em pets

CRMV-SP lembra que a doença em cadelas e gatas pode ser evitada, rastreada precocemente e tratada
Texto: Comunicação CRMV Foto: Freepik

No mês dedicado a conscientização sobre o câncer de mama, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) lembra que esse mal não é exclusividade dos seres humanos. Esse tipo de câncer é umas das neoplasias mais comuns em cadelas e atinge também as gatas. A doença atinge, ainda, cães e gatos machos, apesar dos casos serem mais raros.

Assim como ocorre nos seres humanos, os tumores mamários se desenvolvem nas glândulas mamárias, precisamente nas estruturas responsáveis pela produção de leite, quando deixam de fazer sua função e as células passam a se multiplicar rápida e desordenadamente, formando uma neoplasia; um tumor.

Nem todo tumor mamário será uma neoplasia maligna, ou seja, um câncer. Entretanto, é recomendado que os tutores observem alterações, secreções e façam o exame de toque no animal como medida de prevenção, procurando delicadamente nódulos, feridas e quaisquer alterações na textura da pele na região mamária, como no autoexame feito por mulheres.

Outra medida preventiva, é manter a regularidade nos cuidados com a saúde do pet, como aconselha a secretária-geral do CRMV-SP e médica-veterinária Ana Helena Pagotto, doutora na área de Oncologia pelo A. C. Camargo Cancer Center e pelo Ludwig Institute for Cancer Research. “Procedimentos de rotina, como consultas, exames de sangue e de imagem, podem identificar que o pet está passando por problemas antes mesmo do nódulo ser detectado.”

A doutoranda em Cirurgia e Oncologia Veterinária na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), Fábia Nicolini de Deus, também concorda. “A melhor maneira de identificar câncer de mama de forma precoce em cães e gatos é através de consultas veterinárias frequentes e cíclicas, pois geralmente a principal alteração em caso de tumores mamários é a presença de um aumento de volume na região, que é mais bem identificada de forma precoce pelo exame físico do médico-veterinário.”

Mesmo que o diagnóstico de câncer seja alarmante, secretária-geral do CRMV-SP ressalta que é importante o tutor preservar a calma. “O primeiro passo é manter a tranquilidade e buscar com seu médico-veterinário de confiança informações claras sobre o tipo de tumor, o estágio da doença e as opções de tratamento. Assim como ocorre na Medicina humana, os métodos de tratamento e bem-estar estão em constante evolução.”

Fatores de risco

Os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama em cadelas e gatas são a idade avançada, o uso de anticoncepcional e a não castração.  Fêmeas não castradas ou castradas tardiamente, têm um risco maior de apresentar a doença, especialmente no caso das cadelas, no entanto, é o médico-veterinário que estabelece o melhor momento para a esterilização de acordo com o quadro de saúde e desenvolvimento de cada animal, como orienta Ana Helena.

 “Para a prevenção específica do câncer de mama, estudos mostram que fêmeas castradas antes do terceiro estro (“cio”) apresentam uma redução significativa na incidência desse tipo de tumor. No entanto, hoje sabemos de uma ressalva importante na espécie canina: a castração pediátrica ou pé-púbere (realizada antes do primeiro cio, ou seja, antes de a cadela atingir a maturidade sexual) tem alguns pontos negativos que precisam ser considerados e cuidadosamente discutidos com o seu médico-veterinário, que levará em conta não somente o risco de câncer de mama e a necessidade de esterilização, mas também os benefícios e malefícios que a castração pediátrica pode trazer para o animal, levando em conta seu porte, raça e predisposições genéticas a outros tipos de tumores, que infelizmente a castração pré-púbere pode agravar. Assim, é cada vez mais comum os profissionais recomendarem que, sempre que possível, a castração ocorra após o primeiro cio, salvo em casos específicos.”

Tratamento

O tratamento mais comum para o câncer de mama em pets ainda é o cirúrgico, com a retirada do tumor e da área afetada, mas cada caso deve ser visto individualmente, como alerta Fábia Nicolini de Deus.

“A principal etapa do tratamento de cânceres de mama muitas vezes é cirúrgica. A depender do exame físico e exames de estadiamento da doença, isso é, para entender o quão localizada ou disseminada a doença pode estar, a cirurgia pode não ser mais indicada. Ainda, em alguns casos, o tratamento quimioterápico é indicado para melhorar a evolução e prognóstico da doença”, afirma a doutoranda da FMVZ-USP.

Se o animal não tiver sido castrado ainda, a castração pode ser recomendada para reduzir as chances de recidiva do câncer e a ocorrência de infecções uterinas. E após o tratamento, será necessário que o tutor leve o pet para consultas regulares, acompanhamento essencial para monitorar o bem-estar do animal e descartar a presença de metástase – quando a doença se espalha para outras partes do corpo.

Autocuidado de tutoras e médicas-veterinárias

Para uma instituição que zela por mais de 57 mil profissionais, entre médicos-veterinários e zootecnistas, dos quais quase 70% são mulheres, e que tem a primeira gestão formada majoritariamente por mulheres, o incentivo ao autocuidado não pode passar despercebido.

Portanto, vale lembrar as médicas-veterinárias e zootecnistas, bem como às tutoras, que quanto mais cedo o câncer de mama for detectado, maiores são as chances de cura. No entanto, muitas mulheres recebem o diagnóstico em estágio avançado, dificultando o tratamento e diminuindo a possibilidade de superação da doença.

Por isso, mulheres devem manter em dia os exames de rotina e fazer regularmente o autoexame; verificada alguma anormalidade nas mamas, um mastologista deve ser consultado. Mesmo que não substitua a mamografia, o autoexame ajuda a mulher a conhecer o próprio corpo e perceber mudanças na pele ou no formato dos seios.

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