Parente da bactéria da tuberculose pode virar vacina contra a doença

Um estudo publicado na edição desta semana da revista Nature relata o desenvolvimento de um novo candidato a vacina contra a tuberculose. Em estudos animais, o fármaco mostrou-se potente e seguro, embora os efeitos ainda precisem ser potencializados.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a tuberculose mata 1,7 milhão de pessoas todos os anos. No Brasil são quase cinco mil vidas perdidas anualmente. A proliferação de cepas resistentes aos medicamentos está tornando o desenvolvimento de uma vacina contra a tuberculose uma questão urgente.

Vacina contra a tuberculose

Depois de mais de 80 anos de estudos, os primeiros fármacos candidatos a vacina contra a tuberculose começaram a ser testados em 2009, mas os resultados não são esperados antes de 2016. A única vacina atualmente usada, a BCG (Bacille Calmette-Guérin), tem-se mostrado inconsistente e não protege contra a tuberculose pulmonar.

Para o coordenador da nova pesquisa, Dr. William Jacobs, uma vacina eficaz contra a tuberculose exige um melhor entendimento dos mecanismos que a bactéria Mycobacterium tuberculosis usa para se evadir das defesas do sistema imunológico humano.

Bactérias parentes

Jacobs e seus colegas trabalharam com uma parente da bactéria da tuberculose, a Mycobacterium smegmatis, que é fatal para camundongos mas não causa problemas para os seres humanos.

Quando um conjunto de genes, chamado ESX-3, é retirado dessa bactéria, ela não consegue mais fugir do sistema imunológico dos animais. Contudo, retirar esse mesmo conjunto da M. tuberculosis simplesmente mata a bactéria, o que impede sua manipulação para produzir a vacina.

Os cientistas partiram então para substituir o conjunto de genes ESX-3. Eles pegaram a M. smegmatis sem ESX-3 e inseriram nela o conjunto análogo da M. tuberculosis, o que aumentou o tempo de vida dos animais em quase três vezes (de 54 para 135 dias). Os animais que viveram mais apresentaram níveis reduzidos da M. tuberculosis no fígado, um efeito inédito.

Esperança

Apesar de animadores, os melhores resultados só foram obtidos em um em cada cinco animais, que viveram mais de 200 dias. Isso mostra que a vacina ainda terá que ser bastante potencializada antes de ser considerada eficaz.

“Nós nem mesmo sabemos se ela vai funcionar em humanos, mas é certamente um passo significativo no esforço para criar uma vacina melhor contra a tuberculose”, concluiu o pesquisador.

Fonte: Diário da Saúde (acessado em 06/09/2011)

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