Além dos bons resultados de 2010, as perspectivas são as melhores para os pequenos produtores de ovinos de São Paulo em 2011. Um projeto desenvolvido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) local e pela Universidade de Marília (Unimar) incentiva a criação desses animais na região de Marília, a 450 quilômetros da capital. A ideia é estimular o aumento do rebanho, hoje estimado em 500 mil cabeças no Estado. De acordo com os pecuaristas, seriam necessárias cinco milhões de cabeças para atender a demanda estadual de consumo. Hoje, o Brasil importa entre 60% e 70% dos ovinos que consome, principalmente do Uruguai e da Argentina.
Entre as facilidades de criação das ovelhas para os pequenos produtores, está o fato de que esses animais não precisam de grandes áreas de pasto. “É possível colocar até 400 ovelhas por hectare”, explica o criador, zootecnista e professor da Universidade de Marília (Unimar), Cledson Augusto Garcia. “Ou seja, com dez hectares já é possível desenvolver um bom trabalho”, diz.
Além dos preços, hoje entre R$ 135 e R$ 165 a arroba, outra vantagem da criação de ovinos é o ciclo reprodutivo rápido. “A gestação de uma ovelha dura 150 dias, com 60 dias para o desmame e mais 60 para o abate, num total de 270 dias. “Apenas a gestação de uma vaca leva 280 dias”, afirma Garcia.
De acordo com o zootecnista, a produção de ovinos no País cresce entre 10% e 20% ao ano e as ovelhas se adaptam bem em todas as regiões do País. “Elas suportam qualquer clima, exceto o polar”, diz.
A lã pode ser outra fonte de lucro para os produtores. “O uso do material para o artesanato tem boa aceitação. O quilo da lã bruta custa entre R$ 2 e R$ 4, mas, de acordo com o trabalho feito, esse valor pode ser até 1.000% maior”, explica Garcia.
Segundo a gestora do Sebrae-SP em Marília, Cristiane Souza Aguiar, está sendo realizado um trabalho de organização da produção com os empreendedores. “O objetivo é ter mais qualidade e quantidade, com um melhor fornecimento de carne para os frigoríficos”, explica a gestora.
Outro ponto estimulado é o melhoramento genético das espécies. “É assim que vamos conseguir oferecer uma carne mais nutritiva e saborosa”, diz Cristiane. Dessa forma, os produtores da região terão todas as condições de ampliar as vendas no Brasil e até de exportar. “Temos condições de vender mais carne de ovinos no âmbito local, estadual, nacional e internacional”, explica.
Fonte: Agência de Notícias de Caprinos e Ovinos (acessado em 14/12/10)