Segundo executivo,
Brasil Foods buscará crescer no mercado externo.
Perdigão ficará com 68% de participação, enquanto a Sadia terá 32%.
O presidente da
Perdigão, Nildemar Secches,
e o presidente do Conselho de Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan,
anunciaram oficialmente em entrevista nesta terça-feira (19),
da Brasil Foods (BRF), resultante da fusão das duas
empresas.
A nova empresa foi apresentada por Secches como
"a grande multinacional brasileira de alimentos brasileiros
processados". A Brasil Foods,
entretanto, terá apenas a função institucional, sem a função de substituir
qualquer das marcas do grupo.
No esquema desenhado para a fusão, a Brasil Foods
será a sucessora da Perdigão. Os acionistas das duas empresas se tornarão
acionistas da BRF e a Sadia se tornará, em um primeiro momento, subsidiária
da nova empresa. Durante esse período, Sadia e BRF terão conselhos compostos
pelos mesmos membros.
Para apresentar a nova empresa ao público, e assegurar que os produtos que
ele conhece continuarão no mercado, a Brasil Foods
colocará no ar a partir desta quarta-feira (20) uma campanha publicitária
estrelada pela atriz Marieta Severo (do seriado "A Grande Família",
da TV Globo).
Já a atual estrela da campanha da Sadia – personagem que zomba das demais
marcas – deve perder espaço: "O Juvenal vai embora ou vai mudar de
foco", disse o executivo da Sadia. "O tempo da alfinetada acabou,
agora é só amor", brincou Nildemar Secches.
"A BRF vai dar a face para os segmentos
institucionais. As marcas têm sua vida, sua comunicação própria. Vamos
continuar com Perdigão, Sadia, Qualy, Doriana,
Batavo", ressaltou o executivo da Perdigão. "No mercado interno, as
marcas hoje e sempre vão continuar. São marcas com um grande
conhecimento." "Do ponto de vista comercial, os consumidores não
vão sentir nada no dia seguinte, todas as marcas estarão lá",
acrescentou Furlan.
No mercado externo, Secches afirma que será feito
um estudo para definir qual segmento será explorado por cada uma das
denominações.
De acordo com dados divulgados durante a entrevista, Sadia e Perdigão operam
comercialmente em 110 países. "Quase metade do nosso faturamento vem do
exterior", afirmou Secches. A nova empresa já
nasce líder em alimentos processados no país, com cerca de 120 mil
funcionários.
Divisão
O executivo informou que 68% do capital pertencerá a
acionistas da Perdigão e 32% a acionistas da Sadia. "Como a maioria das
multinacionais o controle de capital é difuso. Vale dizer que as decisões não
serão tomadas por um único acionista, mas por um conjunto de
acionistas", afirmou Secches.
Apesar da maioria do capital ficar nas mãos dos acionistas da Perdigão, os
dois executivos negaram se tratar de uma venda. "Não houve venda. Os
acionistas de um lado e de outro continuam acionistas, compartilhando
responsabilidades", disse Furlan.
Segundo ele, a administração da nova empresa "será regida por um sistema
de mérito, por profissionais". A presidência do conselho da nova empresa
será dividida entre Secches e Luiz Fernando Furlan
pelos próximos dois anos.
Secches afirmou que, para abreviar as negociações,
as duas partes decidiram deixar de fora as instituições financeiras da Sadia.
"Simplesmente separamos e fizemos a associação da parte
operacional", declarou. Essas instituições – o banco e a corretora
Concórdia – foram assumidas pelas famílias Furlan e Fontana, acionistas da
Sadia. O patrimônio final dessas instituições, após uma distribuição de
dividendos, ficou em R$ 67 milhões, segundo Furlan.
Cade
Para capitalizar o novo negócio, a Brasil Foods
vai fazer uma oferta pública de ações no valor estimado em R$ 4 bilhões.
Esses recursos deverão ser utilizados para quitar parte dos R$ 10 bilhões em
dívidas do futuro conglomerado. A oferta deverá chegar ao mercado no final de
julho.
Nos próximos 15 dias, o acordo de fusão será avaliado pelos acionistas das
duas empresas, e sua aprovação depende da adesão da maioria. Para Furlan, no
entanto, devem haver "supresas".
A formação da nova empresa será também submetida às autoridades brasileiras
de concorrência (Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade e Secretaria de Acompanhamento Econômico – Seae).
De acordo com Luiz Fernando Furlan, será criado uma espécie de comitê de
integração, com participação de executivos de ambas as empresas, que
funcionará ao longo dos próximos meses, com o objetivo de identificar pontos
de economia com a criação da Brasil Foods.
"Nos primeiros meses, não haverá interferência operacional numa e noutra
empresa", ressaltou o presidente do Conselho da Sadia, lembrando que o
projeto de fusão se iniciará com respeito às instituições que defendem a
livre concorrência no país.
Eficiência e preços
O objetivo da nova empresa, de acordo com o executivo da Perdigão, será
oferecer prestação de serviço "muito mais eficiente".
"Queremos oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis em todos os
lugares do mundo", disse.
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