Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em Sorocaba (SP), tem estudado os efeitos da aplicação sem controle de agrotóxicos em abelhas. Estes venenos vêm dizimando colmeias, o que pode afetar toda a população na produção de alimento.
De acordo com a coordenadora do projeto no Brasil, Elaine Silva Zacarin, a quantidade de espécies de abelhas catalogadas é em torno de 2 mil. Em grupos pequenos, os biólogos vão até fazendas e apiários da região para retirar amostras de colmeias, larvas e abelhas. “A nossa pesquisa tem como objetivo estudar se há os efeitos dos pesticidas nas abelhas, principalmente durante o desenvolvimento”, explica Elaine.
Dados da pesquisa mostram que o veneno aplicado sem controle ou com pulverização aérea é um risco, mesmo quando a colmeia não morre. “Os pesticidas em pesquisas realizadas em laboratórios, em quantidades consideradas não letais, não matam as abelhas imediatamente. Eles [produtos agrotóxicos] afetam a capacidade da abelha de voar ou de reconhecer a fonte de alimento”, explica a bióloga.
Após a coleta de abelhas, os pesquisadores realizam testes na universidade e até cirurgias são feitas para detectar os danos provocados. Segundo outro especialista na espécie, Fábio Abdalla, se as abelhas não forem preservadas, os seres humanos vão sofrer as consequências. “Se a morte das abelhas continuar nessa proporção, nessa intensidade, daqui 50 anos faltará alimento para a população. A melhor forma de fazer com que essas abelhas venham a ganhar importância seria a educação ambiental, promover atividades relacionadas a isso”, afirma Fábio.
Fonte: Ambiente Brasil