Às vésperas deste Dia Internacional da Mulher, duas cientistas brasileiras tiveram papel fundamental no sequenciamento do genoma do novo coronavírus. O estudo auxiliará no desenvolvimento de vacinas e testes diagnósticos da doença.
São elas, Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) e Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Por muitos anos à sombra dos homens, nas últimas décadas, as mulheres têm cada vez mais destaque nas conquistas científicas. De acordo com a plataforma Open Box da Ciência, lançada em fevereiro, dos pesquisadores brasileiros que declaram ter doutorado nas cinco maiores áreas de conhecimento, 40% são mulheres. Sendo que em Ciências da Saúde, na qual a Medicina Veterinária está inserida, elas são 57%.
Desafios e emoção
“Em 2004, resolvi fechar a clínica e voltar a estudar. Fiz mestrado e doutorado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP. Quando vi, pela primeira vez, uma mitocôndria no microscópio de transmissão, até chorei, é como ir à Lua”, enfatiza a médica-veterinária Rosemary Viola Bosch, conselheira e presidente da Comissão de Responsabilidade Técnica (CTR), do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
Rosemary lembra que, quando terminou o doutorado, foi convidada a fazer pós-doc no Instituto Butantan e montar um biotério de experimentação para roedores. Foram sete anos de grandes desafios, ela era a única médica-veterinária da equipe.
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(Rosemary Viola Bosch)
Trabalho relevantes
A dedicação e o interesse de Rosemary pela biologia celular renderam trabalhos relevantes e, inclusive, o VII Prêmio Octavio Frias de Oliveira – Inovação Tecnológica em Oncologia, iniciativa do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.
A pesquisa, realizada pelo Laboratório de Bioquímica e Biofísica do Instituto Butantan, descobriu uma proteína presente na glândula salivar do carrapato-estrela com potencial para se tornar um medicamento antitumoral.
Contribuição
Pesquisadora científica há 35 anos no Instituto de Zootecnia (IZ), órgão da SAA do Estado de São Paulo, graduada em Medicina Veterinária, com mestrado em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e doutorado em Zootecnia pela USP, Cecília José Veríssimo tem como foco de seus estudos o controle de parasitas que afetam o gado leiteiro.
“Sinto-me responsável por contribuir com meus conhecimentos e atividades na pesquisa para a difusão de um controle parasitário mais racional e ecológico, contribuindo para com toda a população humana, já que a maioria consome leite”, ressalta.