Pet silvestre questiona criação exótica de animais

O comércio de animais silvestres ou exóticos é o alvo da campanha “Silvestre não é Pet”, que será lançada sábado (11) em seminário internacional de fauna silvestre da ONG WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal), no Parque da Cidade em Jundiaí interior de São Paulo.

“As pessoas compram um filhote e depois estranham quando cresce e assume seu temperamento natural. Acabam abandonando em qualquer lugar”, afirma a veterinária Vânia Plaza Nunes, delegada local da entidade.

Mas quem trabalha no ramo acha que a iniciativa pode errar o alvo. “Nosso inimigo comum é o contrabando. A loja que atua nisso precisa ser homologada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), os clientes avaliam a responsabilidade porque é caro e a devolução é prevista ao criadouro”, afirma o empresário e também veterinário Adriano Bauer, da Amazoo.

Serra do Japi

Um dos casos mais conhecidos, cita a WSPA, é do sagui-de-tufo-preto (Callithrix penicillata), nativo da Serra do Japi, ameaçado há anos pela soltura no local de variedades mais agressivas de saguis contrabandeados do Nordeste, de tufo branco.

Entre os participantes do evento estão entidades locais como a ONG Mata Ciliar e a Guarda Municipal, envolvidas com a reserva ecológica.

Mas o assunto da campanha envolve outras variedades como tartarugas, papagaios, calopsitas ou iguanas, entre outros.

Os 150 lugares previstos esgotaram-se rapidamente. “É um tema de interesse, porque lida com nossas ações no futuro de humanos e não-humanos”, diz Plaza Nunes.

Entre os participantes internacionais estão a Fundação Noel Kempf, da Bolívia, e Anabela Pinto, da Universidade de Cambridge (Inglaterra). Também estão presentes o Ibama, a Sociedade Paulista de Zoológicos, entre outras.

Para Bauer, a expectativa é que “a educação seja mais priorizada que a proibição”.

O jogador de handebol e criador de cobras do milho Vítor Valentim diz que o interesse das pessoas por animais exóticos ou silvestres precisa ser aproveitado para mudar a situação .“Não sou do ramo, mas gosto muito de animais. A pessoa que tem peixes cuida todo dia do aquário, quem tem cobras cuida todo dia do terrário. O que é preciso é organizar mais lugares legalizados para garantir a origem dos bichos”, diz.

Nesse ponto, coincide com os dados da ONG Mata Ciliar, que divulga que o tráfico de animais silvestres é o terceiro maior em movimento de dinheiro ilícito, perdendo para drogas e armas.

A entidade tem em Jundiaí um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres para as vítimas dessa tragédia, mantido por doações.

Valentim concorda com o problema e diz que tudo precisa ser mais divulgado. Mas acredita que quanto mais legalizada a situação, menor será o contrabando.

“Tenho cachorro, passarinho e cobra do milho e o único que me mordeu foi o cachorro… É um aprendizado conviver com animais.”

Fonte: Rede Bom Dia (acessado em 10/09/10)

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