Pets precisam de vitaminas em quantidade e qualidade adequadas para se manterem saudáveis

A escolha do melhor alimento deve seguir as orientações de um médico-veterinário ou zootecnista, que levará em conta a raça, o porte, a idade e as condições do animal
Texto: Comunicação CRM-SP / Foto: Freepik

Ao longo de sua vida, os pets precisam receber diferentes fontes de vitaminas em quantidade e qualidade para a manutenção de sua saúde, principalmente em fases de crescimento, gestação, velhice, ou diante de alguma enfermidade.

“Cães e gatos precisam de vitaminas hidrossolúveis, aquelas que são solúveis em água (todas as vitaminas do complexo B e a vitamina C); e as lipossolúveis, solúveis em gorduras (vitaminas A, D, E e K). Elas são fontes importantes para o metabolismo imunológico”, explica o médico-veterinário e presidente da Comissão Técnica de Nutrição Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Yves Miceli de Carvalho.

A proteína é um dos maiores constituintes do organismo, por isso, é essencial que o profissional observe se os aminoácidos contidos nas fontes protéicas são as indicadas para cada espécie, em níveis e qualidade. “As gorduras contribuem com 50% da energia de um alimento e são importantes para a composição de hormônios, e para questões neurológicas, entre outros fatores”, indica Miceli de Carvalho.

Os minerais, como cálcio, ferro, zinco e cobre, também fazem parte de várias reações metabólicas e contribuem para as funções sanguíneas e de oxigenação, e na absorção de outros nutrientes. Os carboidratos representam 25% da energia total de um alimento e, por serem menos digestíveis que outras fontes de origem animal, devem ser consumidos com cautela.

“Dependendo da fonte que é utilizada e da idade do animal, podem ser desencadeados problemas de diarréias”, alerta o presidente da Comissão de Nutrição Animal do CRMV-SP. Os alimentos com carboidratos provem de cereais e de fontes de origem vegetal.

Ração industrializada x in natura: qual a melhor opção?

A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) relata que o mercado brasileiro apresenta mais de 1.500 marcas de alimentos para pets dispostos nas categorias Econômica, Standard, Premium e Super Premium.

Os produtos nomeados como “industrializados” são produzidos em grande escala, podendo ser em sua maioria, secos ou úmidos, contudo, há empresas que trabalham com ingredientes in natura, confeccionados em menor escala e erroneamente classificadas como naturais.

“É importante lembrar-se que todos esses estabelecimentos estão legalmente registrados, com médico-veterinário ou zootecnista responsável técnico (RT) devidamente nomeado e apto a realizar a fabricação desses alimentos”, explica Carolina Padovani, integrante da Comissão de Responsabilidade Técnica do CRMV-SP.

Na visão técnica, ambas as dietas podem causar problemas para a saúde se não respeitarem a fisiologia e as particularidades nutricionais das espécies. “Tanto o alimento industrializado quanto o in natura, quando bem processados cumprem seu papel. Os problemas relacionados são o resultado de fórmulas que não condizem com o organismo, seja na composição ou nos teores de energia”, explica Yves Miceli de Carvalho, presidente da Comissão Técnica de Nutrição Animal.

Comida caseira

Cada vez mais conectadas e bombardeadas pela informação imediata, segundo  o médico-veterinário e zootecnista João Paulo Fernandes Santos, as pessoas acabam arriscando a saúde dos animais, oferecendo dietas apresentadas na internet como perfeitas para cães e gatos, mas elaboradas sem nenhuma base científica ou conhecimento de nutrição.

Tentar equilibrar os nutrientes com a comida feita em casa e sem acompanhamento de um médico-veterinário especializado em nutrição animal pode ser perigoso. “A alimentação do animal precisa de respaldo técnico. Pesquisas mostram que 100% das dietas de internet analisadas tinham desbalanço nutricional. Para nós, profissionais, o nutriente (fósforo, cálcio, etc.) é o mais importante”, explica.

No caso das dietas caseiras, que até são vantajosas em alguns casos, o palestrante destaca o perigo até mesmo das prescritas por profissional habilitado. “O que nos assusta muito é quando o médico-veterinário ou o zootecnista prescreve, mas o tutor não segue as quantidades exatas conforme a prescrição”, alerta.

Equilíbrio

O presidente da Comissão Técnica de Nutrição Animal explica que cães e gatos apresentam uma essência nutricional carnívora, portanto, a base do alimento deve oferecer uma quantidade de nutrientes específicos, diferente da dieta humana, sendo necessária uma prescrição balanceada, assim como, eventualmente, sua suplementação.

“Cães e gatos têm necessidade de nutrientes que só são obtidos de produtos cárneos e derivados, por isso, a combinação equilibrada entre fontes de alimentos de origem animal e vegetal são imprescindíveis”, diz o médico-veterinário.

De acordo com Rodolfo Spers, que também integra a Comissão Técnica de Nutrição Animal do CRMV-SP, nas dietas caseiras há dificuldade de equilíbrio da fórmula, falta de análise laboratorial para comprovar níveis nutricionais adequados e garantir segurança e qualidade. “Há dificuldade em oferecer as quantidades corretas e é preciso tomar cuidado com o cozimento e o armazenamento.”

Qualidade na indústria de alimentos

O conceito de qualidade empregado para classificar os alimentos está alicerçado em três princípios, que se referem à ciência por trás do produto, sua formulação e seu processo produtivo. “O RT médico-veterinário ou zootecnista é quem fará a seleção de matérias-primas junto aos fornecedores. A presença destes profissionais garantirá que os processos sejam eficazes e os produtos atendam as reais necessidades dos animais”, afirma Carolina Padovani.

Todos os alimentos atualmente comercializados são classificados como completos ou coadjuvantes ao tratamento convencional. “Ao RT cabe a adoção de novas tecnologias de produção, atentando, especialmente, aos pontos críticos de contaminação, bem como ao estabelecimento de técnicas e padrões de embalagens, armazenamento, transporte das matérias-primas e do produto final”, orienta Carolina.

Cabe ao profissional orientar os tutores os perigos do consumo de rações ou alimentos in natura de empresas não legalizadas, produzidas em ambientes não registrados pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) e sem a orientação de um responsável técnico.

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