Além de comercializarem alimentos, medicamentos e acessórios para animais, a grande maioria dos pet shop contam também com serviços de banho e tosa. Somente na cidade de São Paulo, cerca de quatro mil estabelecimentos representam o setor (ABINPET, 2014). Apesar do ambiente de higiene animal parecer um local inofensivo, o que muitos proprietários e até mesmo médicos- veterinários desconhecem é que cães e gatos podem vir a óbito durante estes procedimentos.
“Animais que apresentam ansiedade, agressividade e pânico durante o banho ou tosa, em decorrência de estresse, podem vir a óbito por colapso respiratório em poucos minutos”, disse Anna Carolina Barbosa Esteves, coordenadora da área veterinária do Instituto Cimas de Ensino, durante palestra na Pet South América 2016, que ocorreu na tarde desta quinta-feira, dia 1º de setembro.
Os fatores que podem alterar o comportamento dos bichinhos durante a higienização nos pet shops são variados, como a temperatura da água e do secador, odores fortes, barulho excessivo ou repentino, presença de animais agitados em um mesmo recinto e, principalmente, o soprador, que é um equipamento que produz som alto. “A responsabilidade pela execução do banho e tosa é inteiramente do estabelecimento, que deve agir com diligência e respeito com os animais e seus proprietários”, explicou.
Em seu artigo “Óbitos de cães e gatos durante procedimentos de banho e tosa: uma realidade pouco conhecida no Brasil”, publicada na Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, Anna discorre sobre o decreto que determina a exigência da presença de um médico- veterinário nos estabelecimentos que oferecem banho e tosa, porém, são raras as empresas que cumprem tais regras. “Somente o veterinário reconhece a linguagem corporal que os animais apresentam, o que por vezes pode salvar vidas”.
Com um público cada vez mais voltado para a área de estética animal, a veterinária acredita que o tema veio de encontro ao interesse dos visitantes. “A Feira é melhor lugar para difundir sobre o assunto. A mensagem chegará tanto aos médicos-veterinários, quanto a banhistas, tosadores e proprietários de animais”.
