Integrantes da Comissão de Resgate Técnico Animal e Medicina Veterinária de Desastres do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) estiveram hoje (27/08) no Parque Estadual do Juquery novamente orientando as incursões de equipes de voluntários e da Polícia Militar Ambiental a campo para monitoramento e resgate da fauna do local. O posto de comando veterinário, que realizou 25 atendimentos desde o início das operações, será desmobilizado no sábado.
Até o momento os médicos-veterinários prestaram assistência a oito calangos, três tatuís, seis serpentes, três ouriços cacheiros, um anfíbio, dois ratos do mato e a duas colmeias, sendo uma de marimbondo-chapéu. Apesar do empenho dos profissionais, apenas 11 animais sobreviveram (2 ouriços, 5 calangos, 2 tatuís, 1 serpente e um anfíbio).
Um filhote de ouriço cacheiro, que estava desidratado, segue em tratamento; e um tatuí e um calango estão abrigados, ainda em observação, no posto de comando veterinário. “Todos os animais estão bem e serão encaminhados amanhã para os órgãos competentes para destinação de soltura, seja no parque ou em outro local apropriado”, afirma o presidente da Comissão do CRMV-SP, Leonardo Maggio de Castro.
O profissional explica que a previsão é de que o posto de comando veterinário e a equipe de voluntários devem ser desmobilizados amanhã devido ao fato do número de animais resgatados e de carcaças encontradas estar estagnado. “As evidências do monitoramento de fauna e das atividades em campo mostram que a maior parte dos animais fugiu pelos corredores naturais existentes. As câmeras serão recolhidas, os dados serão interpretados e tabulados e um relatório encaminhado às autoridades”, destaca.
As carcaças dos animais mortos que forem encontrados serão encaminhados ao Zoológico de Guarulhos para perícia médica-veterinária, necropsia e laudo.
Comissão de Resgate Animal em ação
No parque, que concentra o último fragmento de cerrado da região Metropolitana de São Paulo e enfrentou mais de 40 horas de um incêndio responsável por consumir quase 80% de um território de 2 mil hectares, a Comissão do CRMV-SP foi responsável por orientar o trabalho da equipe de 23 voluntários, entre médicos-veterinários, zootecnistas e biólogos, implantando, principalmente, um sistema de comando de incidente e o plano de monitoramento das atividades de fauna.
Um plano de ação semelhante ao montado no Parque Estadual do Juquery será instituído na cidade de Jaguariúna, onde um incêndio também atinge uma área de mata nativa. A Comissão do CRMV-SP foi procurada e realizou triagem e orientação da força-tarefa que está sendo montada para avaliar os impactos à fauna do local.
“Fomos procurados por uma autoridade médica-veterinária da cidade, fizemos a triagem da situação, e demos orientação técnica de como os profissionais devem proceder e quais as medidas emergenciais a serem tomadas nesse cenário de desastre”, explica Leonardo Maggio de Castro.