A Prefeitura de Campinas confirmou nesta segunda-feira (21) que as vinte capivaras confinadas no Lago do Café, na região do Parque Taquaral, serão abatidas. A data ainda não foi definida. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Francisco Kerr Saraiva, a decisão foi tomada com base em estudos e recomendações do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), governo estadual e Ministério da Saúde.
As capivaras levam risco à saúde das pessoas por serem hospedeiras do carrapato-estrela, que transmite a febre maculosa, e que desde 2001, já matou quatro pessoas em Campinas. “O abatimento dos animais é uma questão de saúde pública. Não há outra alternativa”, afirmou Kerr Saraiva.
Confinadas desde 2008 no Lago do Café, as capivaras serão mortas e enterradas em um aterro sanitário. Depois do abate dos animais, o parque vai passar por um processo de limpeza e eliminação de possíveis focos. Parte da vegetação será retirada e enterrada com produtos químicos. O processo de limpeza deve ocorrer em abril, quando começa o período de estiagem. Só depois de desinfetado, o Lago do Café será reaberto ao público.
O Conselho Municipal de Defesa dos Animais ameaçou recorrer à Justiça, caso as capivaras sejam abatidas. Para os ambientalistas, a prefeitura deve eliminar os carrapatos com carrapaticida. O uso deste inseticida já foi feito, mas a prefeitura constatou que a medida não eliminou completamente os carrapatos e, por isso, os animais devem morrer.
O secretário municipal de Assuntos Jurídicos, Antonio Caria Neto, não acredita que a Justiça vá proibir o abate das capivaras. “Estamos amparados por estudos e recomendações. Dificilmente algum juiz vai impedir que isso aconteça”, afirmou.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Brigina Kemp,cada caso de febre maculosa deve ser estudado individualmente. Por isso, será criado um comitê assessor para discutir a situação das capivaras em parques e locais públicos da cidade.
Fonte: O Globo (acessado em 21/02/11)