Primeiro dia de simpósio debate o trabalho do médico veterinário nas instalações animais e na apicultura

No dia em que a regulamentação da profissão de médico veterinário no Brasil completou 49 anos, profissionais e estudantes participaram do primeiro dia de debates do I Simpósio Brasileiro de Especialidades Emergentes do Sistema CFMV/CRMVs. O evento, que contou com o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária do estado do Ceará (CRMV-CE), foi realizado nos dias 23 e 24 de outubro, na Unifor, em Fortaleza (CE).

O presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Benedito Fortes de Arruda, destacou a importância da iniciativa do CFMV para debater e incentivar a atuação dos médicos veterinários nas áreas emergentes.

“Infelizmente as nossas Instituições de Ensino Superior não se preocupam em oferecer cursos de pós-graduação para que os médicos veterinários tenham um conhecimento mais aprofundado nessas áreas de especialidades da Medicina Veterinária. Queremos mostrar aos acadêmicos que esses são campos de atuação do médico veterinário e que tem um mercado muito bom para ele atuar”, afirmou.

Panorama das Especialidades Emergentes

O presidente da Comissão Nacional de Especialidades Emergentes do CFMV, Carlos Muller, apresentou aos participantes do Seminário o resultado de um levantamento da CNEE sobre o ensino das especialidades emergentes nos cursos de Medicina Veterinária do país.

“Foi um árduo trabalho de estudo das matrizes curriculares, entramos em contato com as instituições de ensino e, em muitos casos, não tivemos resposta”, afirmou.

Entre outros pontos, o levantamento – que será divulgado em breve – mostra que falta padronização dos conteúdos, da carga horária e que as disciplinas são ministradas de forma optativa.

“Nós estamos perdendo mercado, pois não tem formação profissional. Algumas dessas áreas precisam de um responsável técnico e a gente não tem médico veterinário capaz de ser responsável técnico”, afirmou.

Carlos Muller ressaltou que o Seres – Banco de Conhecimento da Medicina Veterinária e Zootecnia, plataforma gratuita do CFMV para educação continuada, oferece cursos de responsabilidade técnica nas áreas emergentes.

Instalação Animal

O médico veterinário Rodrigo Muller, chefe do laboratório de experimentação animal de Bio-maguinhos/Fiocruz, falou sobre gestão em instalação animal.

“O médico veterinário não deve ser apenas o Responsável Técnico do biotério. Como médico veterinário, temos que entender que a nossa responsabilidade vai além desse trabalho. Precisamos acompanhar os processos, saber se tudo está funcionando bem, temos que participar também do projeto do pesquisador”, afirmou.

Rodrigo Muller falou sobre a importância de uma gestão participativa nas mudanças e no incentivo ao treinamento constante. “Precisamos mudar paradigmas e inserir o médico veterinário na experimentação animal”, finalizou.

Ramon da Silva Raposo, coordenador do biotério de produção e experimentação animal da Unifor, falou sobre a importância do biotério da Universidade para a pesquisa científica regional.

“As principais atividades do nosso biotério estão relacionadas com a produção de animais com elevado padrão sanitário, desenvolvimento de pesquisas com modelos animais em ambientes controlados, capacitação de profissionais na área de ciência de animais de laboratórios, desenvolvimento de produtos inovadores. Tudo em prol do desenvolvimento científico regional”, afirmou Raposo.

Apicultura e Meliponicultura

O médico veterinário Walter Miguel, integrante da Comissão Nacional de Especialidades Emergentes e do GT Apicultura do CFMV, falou sobre o “Ensino da Apicultura nas Faculdades de Medicina Veterinária”.

O levantamento feito pela comissão mostra que 46,15% dos cursos de Medicina Veterinária da Região Sul oferecem disciplina de Aquicultura. O Sudeste aparece com 30,7% e o Nordeste, 11,5%. Já na região Centro-oeste, apenas 30,7% dos cursos de Medicina Veterinária oferecem disciplina de Apicultura. Na região Norte o índice é de apenas 2%.

O Brasil é o oitavo maior exportador de mel e tem um mercado de produtos apícolas avaliado em 360 milhões de reais.

Ao abordar a “Importância da Defesa Sanitária na Cadeia Produtiva Apícola”, a integrante do GT Apicultura do CFMV, Ana Maria Mitidieiro, destacou o perfil que o profissional deve ter.

“É preciso ser interessado pela área, gostar de ir a campo, conversar com o agricultor, ter afinidade com educação sanitária”, afirmou.

A diminuição no número de abelhas impacta fortemente na produção de alimentos. Os dados apontam que a redução na produção de maçã seria de 80% e melões e melancias, 75%.

“A defesa sanitária tem uma importância comercial. Estamos defendendo o animal para defesa da nossa economia e também da saúde pública”, destacou.

A médica veterinária Noirce Lopes da Silva, também integrante do GT Apicultura, falou sobre a “Atualização na Execução Sanitária em Meliponicultura”.

“Como médicos veterinários precisamos estar preparados para dar suporte aos produtores. O mel de abelha sem ferrão é uma riqueza. E ele irá para o entreposto, vai receber um certificado sanitário e é aí que nós estaremos fazendo o nosso trabalho”, afirmou.

Texto: Assessoria de Comunicação do CFMV / Por Lisiane Cardoso.

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