A produção de couro em 2011 deve ultrapassar 40 milhões de peças, quantidade inferior a que foi registrada em 2010. Já os preços, depois de um primeiro semestre fraco para o setor, encerram o ano valorizados.
A produção de couro diminuiu este ano ficando em média 3,5% abaixo do registrado em 2010. Consequência da crise na Europa, que importou menos carne. Isso provocou uma queda no número de abates no Brasil e a oferta de couro acabou sendo menor do que a procura. Esse fator ajudou a subir o preço do couro que está em média 22,5% mais alto do que em 2010.
“Um fator é que a exportação depende do câmbio. Outro, é que existia até há pouco um desequilíbrio entre a oferta de couro e a procura pelos curtumes. Houve uma falta de fornecimento nos níveis esperados de produção. O outro problema está relacionado à própria crise europeia que se avizinha e também já deu alguns sintomas. Todo esse conjunto fez com que o ano fosse difícil”, aponta o diretor executivo do Sindicouro, Alberto Skliutas.
Um frigorífico localizado em Tatuí, no interior de São Paulo, vende 45 mil peças por ano, o que representa 5% do faturamento da empresa. O preço rentável ajudou a amenizar os efeitos de um primeiro semestre que não foi positivo para o setor.
“Foi mantida a proporcionalidade entre couro acabado e o couro na matéria prima. O wet blue está em torno de 40%. Há três, quatro anos, era 60%. Isso faz com que a quantidade mantida de couro exportado se ganhe mais unitariamente pelo preço”, explica Skliutas.
A boa notícia é em relação às exportações. O setor vai fechar o ano vendendo 27 milhões de peças de couro, mesmo número exportado no ano passado. Mas o faturamento será de R$ 2 bilhões. Isso representa R$ 150 milhões a mais do que no ano passado.
Para 2012, o setor aguarda uma definição da crise financeira na Europa. Para o diretor executivo do Sindicouro, tudo vai depender dos próximos acontecimentos. Mas ele acredita que produção e preço devem permanecer praticamente os mesmos em 2012.
“Na parte de produção, acredito que deva se manter pelo menos nos níveis atuais e não deva ocorrer uma queda significativa. Nós somos dependentes exclusivos do abate, então vai depender muito da exportação da carne. Acredito que dê para se manter os níveis atuais – conclui Alberto Skliutas.
Fonte: Canal Rural (acessado em 22/12/2011)