A crescente profissionalização da pecuária leiteira e o aumento das exigências por qualidade feitas pela agroindústria do leite introduziram nas práticas de manejo uma série de procedimentos relacionados à higiene na ordenha e qualidade da produção. Essas medidas, adotadas por grande parte dos produtores, têm reduzido a incidência de mastite contagiosa, doença transmitida entre os animais no momento da ordenha, por meio de elementos de ligação entre vacas infectadas e vacas sadias.
Como os agentes ambientais estão disseminados, é impossível erradicar a mastite ambiental, já que locais úmidos e ricos em matéria orgânica como lama, esterco e camas sujas são os principais focos. Isso exige dos produtores a manutenção dos currais sempre secos e limpos, dentro de rigorosos padrões de higiene, e, mesmo assim, o rebanho pode desenvolver o problema, que pode se manifestar em um quadro bastante severo, comprometendo a produção e a vida dos animais afetados.
Estudos realizados nos Estados Unidos dão uma dimensão de quanto as mastites impactam a pecuária leiteira, ocasionando prejuízos de aproximadamente US$ 225,00 por vaca a cada ano. O cálculo inclui a diminuição na quantidade e na qualidade do leite, descarte da produção, de vacas, custos com a reposição destes animais, gastos com medicamentos, mão de obra e assistência veterinária.
“A mastite é a principal doença da pecuária leiteira e pode se manifestar de forma silenciosa, com a manifestação subclínica, comprometendo a produção e, às vezes, a própria vida dos animais, quando ocorre a destruição das células encarregadas da produção de leite, havendo queda na produtividade total do animal”, afirma o médico veterinário e gerente técnico da Merial Saúde Animal, Marcos Malacco.
Entre os cuidados para evitar a mastite ambiental, o especialista aponta algumas medidas que impedem o contato das glândulas mamárias com as bactérias que ocasionam o problema. “Após a ordenha, é preciso evitar que as vacas se deitem, por isso uma boa estratégia é o fornecimento de alimentos de boa qualidade e palatáveis, forçando que o animal fique de pé se alimentando, pois, nesse momento, o esfíncter do teto demanda certo período de tempo para seu fechamento. Outro aspecto importante é proporcionar um ambiente limpo e seco, sem acúmulo de matéria orgânica, com controle de moscas e as vacinações, especialmente contra as mastites ambientais”, detalha.
Ao ser constatada a incidência de mastite no plantel, é preciso tratar especificamente os animais com produtos antimicrobianos. Além disso, a fim de minimizar o inchaço (inflamação), a dor e o desconforto ocasionados, outras estratégias deverão ser utilizadas para proporcionar o bem-estar e mesmo preservar a vida dos animais.
Fonte: Revista Fator (acessado em 24/06/10)