Um dos primeiros passos para adaptar um animal ao novo lar é cuidar de sua alimentação. Mas dentre tantas opções de alimentos secos e úmidos disponíveis no mercado, qual escolher? A médica veterinária Luciana Oliveira explica que na hora de escolher um produto o dono deve ficar atento ao rótulo, levando em conta os ingredientes da ração.
“A inclusão de farelos de trigo e algodão sugere uma ração de menor qualidade. O alto nível de cálcio também indica o uso de ossos na receita, substituindo outros nutrientes importantes”.
Segundo ela, a taxa mínima recomendada de proteína para cães adultos é 18%, mas o mais adequado é procurar alimentos que ofereçam a partir de 22% do nutriente. Outro indicador de produtos de qualidade é a inclusão de farinha de vísceras e cereais como arroz e milho na receita.
Para facilitar a busca pelo produto ideal, as fabricantes desenvolveram diversos segmentos comerciais diferentes. Dentro do grupo das linhas premium e super premium existem subdivisões de raças, idades e portes específicos, além das rações terapêuticas.
De acordo com o médico veterinário Marcelo Quinzani, escolher uma ração de acordo com o porte e a idade do cão é fundamental, pois filhotes, adultos e idosos exigem necessidades diferentes. No caso dos gatos, deve ser considerada apenas a idade ou, caso o dono prefira, serem oferecidas rações específicas à raça do animal.
As rações super premium são relativamente novas e foram lançadas no Brasil a partir da década de 90. Os produtos são desenvolvidos com base em estudos avançados e alta tecnologia, além de apresentar ingredientes de maior qualidade. De acordo com a médica veterinária Fernanda Fragata, quanto melhor a matéria prima do alimento, mais qualidade ele tem.
Mas nem sempre quantidade equivale à qualidade. O dono deve ficar de olho não apenas na porcentagem de proteína encontrada no produto, mas também em sua fonte. Um produto super premium utiliza maior quantidade de pedaços de carne ou frango e não utiliza proteína vegetal em sua fórmula.
Outra vantagem da ração super premium é que ela contém proteína 100% animal, o que facilita a digestão e absorção de nutrientes. Segundo Quinzani, os produtos utilizam conservantes naturais e não contêm corantes e palatabilizantes, substâncias que deixam o alimento com gosto mais apreciado pelos cães e gatos.
O médico veterinário explica que a ração premium utiliza maior quantidade de proteína vegetal em sua formulação, o que reduz o custo. “Em compensação, o volume ingerido necessário para nutrir o animal aumenta e, consequentemente, o tamanho e número das fezes também”.
Ração seca X ração úmida
Há muitos mitos envolvendo a ração úmida. Algumas pessoas acreditam que o produto contém muito sódio e pode gerar problemas renais, principalmente nos gatos. Luciana explica que nenhum estudo comprovou isso. “Trata-se de um grande paradigma da nutrição dos animais. O alimento úmido é tão completo quanto o seco. O que muda basicamente é a quantidade de água”.
A médica explica que apenas é preciso fazer algumas adaptações, pois como os ingredientes estão diluídos em água, deve ser oferecida uma quantidade maior para ser equivalente à que o pet comeria da ração seca.
Outro cuidado importante na utilização de rações úmidas é a higiene bucal dos pets. “Além de seu papel nutricional, a ração seca ajuda na preservação da saúde bucal. A mastigação e atrito auxiliam a limpeza dos dentes, retirando sujidades, tártaro, mau hálito e massageando as gengivas”, explica Quinzani.
Armazenamento
Escolhida a ração adequada para o animal, é importante pensar na forma de armazenamento do produto. Dele depende a conservação de todos os nutrientes. “Devemos comprar pequenas porções de ração seca para que não percam odor e sabor depois de aberto o pacote”, afirma.
Ele explica ainda que o ideal é manter uma pequena porção suficiente para dois ou três dias em um recipiente fechado e deixar o restante na embalagem original. Ela deve ser lacrada com fita adesiva e conservada em ambiente seco e protegido da luz. “Isso evita abrir sempre o pacote, mantendo as características nutricionais e de palatabilidade da ração”.
A oferta de alimento em horários fixos também ajuda a evitar que a ração fique exposta o dia todo na vasilha. Em dias mais quentes, isso pode fazer com que o produto estrague. A medida também ajuda a controlar o volume diário ingerido.
Fonte: Portal Merial (acessado em 28/10/10)