Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos mostra que o uso de antibióticos nas rações de animais criados para o abate pode ocasionar uma resistência maior dos genes desses animais a esse tipo de medicamento, aumentando a probabilidade de proliferação de bactérias perigosas para os humanos. O estudo foi publicado na PNAS, a publicação da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
Os pesquisadores observaram dois grupos de suínos mantidos em ambiente controlado durante 14 dias. Um grupo recebeu alimentação normal, enquanto o outro recebeu alimentação acrescida de uma mistura de antibióticos (clortetraciclina, sulfametazina e penicilina). A análise genética das fezes dos animais alimentados com os antibióticos apontou uma concentração maior da bactéria Escherichia coli, responsável por doenças como a infecção urinária e a toxiinfecção alimentar em seres humanos.
Os cientistas também notaram um aumento de genes resistentes aos antibióticos em quantidade e diversidade nos suínos que receberam a alimentação modificada. Foram encontrados genes resistentes a outros antibióticos não utilizados na pesquisa.
Segundo os pesquisadores, o estudo revela definitivamente que o uso de antibióticos em animais criados para o abate pode causar efeitos colaterais graves para os seres humanos.
Os antibióticos são usados na criação de animais há mais de 50 anos e criticados por especialistas e defensores dos direitos dos animais. Atualmente, o produto é a forma mais eficaz do ponto de vista de custo-benefício para manter ou melhorar a saúde dos animais. Além de tratar e prevenir doenças, os antibióticos melhoram a eficiência da alimentação do animais, o que eleva a produtividade. De acordo com a PNAS, novas pesquisas estão em curso para encontrar substitutos aos medicamentos.
Fonte: Revista Época (acessado em 18/01/2012)