A obesidade aumentou de forma drástica durante as duas últimas décadas. Estudos mostram que entre 25% e 40% dos cães e gatos adultos são obesos. Apesar da crescente oferta de produtos e serviços voltados para a prevenção e tratamento da obesidade, os clínicos veterinários frequentemente enfrentam desafios para promover mudanças de hábitos que devem atingir diretamente não só a rotina do animal, mas do dono também.
O novo papel do pet na sociedade e sua íntima convivência com o ser humano o tornam vulnerável ao estilo de vida e hábitos do proprietário, principalmente nos grandes centros urbanos.
Estudos científicos comprovam que existe uma correlação positiva entre donos obesos e pets também obesos, principalmente no caso dos cães. Quanto aos gatos, essa correlação é menos frequente devido à independência de seus hábitos, como as eventuais saídas à rua para passeio sem o proprietário. Porém, é crescente o número de gatos que vivem em apartamentos, castrados e com grande oferta de alimentos.
Assim, a prevenção da obesidade deve começar no dia a dia e é fator primordial para conter o avanço do problema. Abaixo alguns pontos a serem observados na rotina do pet:
*Fale sobre a prevenção da obesidade com o veterinário desde a consulta pediátrica. Pesar o filhote em todas as consultas iniciais e vacinações ajuda a acompanhar a curva de crescimento/ganho de peso;
*Informe-se sobre o peso máximo ideal que seu pet deverá atingir na idade adulta de acordo com a raça e porte. Caso ele seja de uma raça predisposta geneticamente à obesidade, é necessário redobrar a atenção;
*Sempre siga as quantidades de alimento indicadas pelo fabricante no rótulo das embalagens e divida a porção diária em pequenas refeições ao longo do dia;
*Saiba que demonstrar amor na forma de companhia, brinquedos, brincadeiras e passeios contribuirá para a educação e sociabilização do seu amigo. Não estimule, assim, somente o uso de petiscos como forma de recompensa ou carinho;
*Existem muitas doenças decorrentes da obesidade. Lembre-se de que faz parte da posse responsável a manutenção da saúde do animal. A obesidade é uma doença que pode ter evolução grave, porém é uma das poucas doenças cuja prevenção depende exclusivamente do tutor;
*Antes da castração, peça orientação ao seu veterinário quanto aos cuidados com a restrição alimentar, pois a obesidade se instala rapidamente após o procedimento e seu tratamento exige maior tempo, paciência e esforço;
*Biscoitos, bifinhos, e outros petiscos contêm calorias que colocam a perder todo o esforço em controlar o peso do animal, mesmo quando ele já está comendo um alimento de restrição calórica;
Veja abaixo um comparativo entre a porcentagem calórica correspondente de alguns petiscos na dieta de seres humanos e de cães e gatos normais, com relação à necessidade calórica total diária:
Petisco |
1 fatia de presunto |
1 bolacha recheada |
1 biscoito canino pequeno (9g) |
1 bifinho canino (8,2g) |
6 unidades de petiscos recheados para gatos (2,3g) |
Homem 70 kg (2000 kcal/dia) |
1% |
4% |
1,4% |
1,3% |
0,5% |
Cão 5 kg (318 kcal/dia) |
6% |
23% |
9% |
8% |
– |
Cão 12 kg (613 kcal/dia) |
3% |
12% |
5% |
4% |
– |
Gato castrado 5 kg com sobrepeso (248 kcal/dia) |
7% |
– |
– |
– |
4% |
Fonte: Pet Mag (acessado em 10/03/11)