Líderes do setor de carnes em Santa Catarina se reuniram, ontem (5), em Florianópolis, para alinhar as estratégias de proteção sanitária no período da Copa do Mundo. A preocupação dos empresários é que a entrada de 500 mil estrangeiros no país, segundo projeção da Embratur, seja veículo de transmissão de doenças que afetam os animais no mundo hoje, como a diarreia suína epidêmica e a influenza aviária.
A médica veterinária da Aurora Alimentos, Eliana Renuncio Bonadese, explica que os humanos não correm o risco de contaminação. O contato com os vírus que estão dizimando rebanhos no mundo hoje afetaria a indústria de aves, suínos e bovinos somente.
“Seria uma catástrofe se um vírus como o da diarreia epidêmica ou o da influenza aviária, que arrasou rebanhos no México chegassem até o Brasil”, disse.
O vírus que causa a diarreia suína epidêmica foi identificado em maio de 2013 nos Estados Unidos e já matou mais de 5 milhões de animais no país, que é o segundo produtor de suínos do mundo, atrás do Brasil. Além da influenza aviária, na Ásia e México, a médica veterinária citou a peste suína clássica e a africana, no Leste Europeu e Ásia.
De acordo com Eliana, turistas destas regiões (que estiveram em áreas de produção) podem trazer o vírus no corpo, roupas ou pertences e transmiti-lo aos animais, caso visitem sítios produtivos ou fábricas de ração e medicamentos.
Outro meio de contaminação é se os estrangeiros trouxerem cortes de carne com o vírus. Os restos jogados no lixo podem ser consumidos por pássaros, ratos e outros vetores, que, ao entrarem em contato com a ração dos animais ou os próprios rebanhos, transmitem o vírus.
O secretário de Agricultura de Santa Catarina, Airton Spies, afirma que a doença que mais preocupa o setor hoje é a diarreia epidêmica suína, pelo alto índice de mortalidade dos animais. Ele lembra que o vírus não ataca os humanos, apenas os suínos.
“Nossa sugestão é que o Ministério exija uma declaração dos turistas que vivem em fazendas e que faça uma fiscalização mais rígida de produtos de origem animal que passarem pelo aeroporto. Também, que disponibilizem lixeiras nos aeroportos para que os produtos proibidos sejam descartados e incinerados”, comentou o secretário.
O presidente da Aurora Alimentos, Mário Lanznaster, afirmou que os empresários do setor no Brasil vão proibir a entrada de turistas nas granjas e frigoríficos durante a Copa do Mundo.
Fonte: Avicultura Industrial