Sabe quem tem medo de pit bull? Quase todo mundo que já ouviu uma história ruim envolvendo essa raça de cachorro. A ferocidade do animal é estampada em inúmeros casos de agressão que a raça coleciona pelo país, incluindo Sorocaba e região.
A culpa dos ataques é basicamente do dono do animal, afirmam os defensores da raça. Em Sorocaba foi criado o Clube do Pit bull, que reúne os amantes da raça para encontros e troca de informação. A agremiação surgiu de bate-papo no Orkut, reunindo donos e simpatizantes do animal. O primeiro encontro oficial foi em 11 de outubro de 2009. “Combinamos de nos conhecer, conversar sobre os cães e passear com eles. Acabamos sabendo que os cães de todos ali eram mansos”, explica o presidente do clube, o engenheiro de vendas Júlio Francisco de Souza, 33 anos.
A finalidade do clube é acabar com a falta de informação sobre a raça. “A única diferença de um pit bull e outro cão é força. O temperamento é igual ao de qualquer cão. O que diferencia é a maneira como ele é criado”, aponta. Criar o cão com amor e carinho, defende, resulta em um animal com comportamento amistoso.
A terapeuta de animais Ana Cláudia Koury também é contra dividir os cães entre bons e ruins. “Tenho contato com pit bulls e nunca nenhum me apresentou agressividade”, diz. Se ocorrem acidentes é devido à irresponsabilidade dos donos, opina a terapeuta.
No Senado tramita um projeto de lei que coloca o pit bull definitivamente na berlinda: a proposta é exterminar a raça, proibindo sua reprodução. O projeto é do senador Valter Pereira (PMDB) que prevê ainda que os donos de pit bulls e de outras 16 raças consideradas perigosas sejam responsabilizados criminalmente em casos de ataques.
Ataque deixa marcas para sempre
Poderia ser qualquer cão? Sim, poderia. Mas foi justamente um pit bull que marcou para sempre a vida da dona-de-casa Rosane de Fátima Campos, 40 anos. Em janeiro, ela teve a perna esquerda amputada após um ataque do seu próprio cachorro, dentro da casa onde mora em Salto de Pirapora.
O animal, já adulto (dois anos), foi presente de uma conhecida e estava com Rosane a apenas três dias quando aconteceu o ataque. Para defender a sobrinha, de nove anos, a dona-de-casa foi o alvo das mordidas que dilaceraram sua perna. Hoje, após receber uma prótese doada pela empresa sorocabana Ortopedia Biotécnica, Rosane tenta levar uma vida normal.
Mais recentemente, no início de julho, um cão da mesma raça provocou pânico em Votorantim, quando escapou e atacou uma égua prenha, que estava atrelada a uma carroça. Para tentar fugir do ataque, que feriu sua barriga e pescoço, a égua arrastou a carroça por mais de 15 metros. O cão aparentemente possuía um dono, mas estava solto nas proximidades da Avenida São João.
Fonte: Rede Bom Dia (acessado em 09/08/10)