O ministro da
Agricultura, Reinhold Stephanes, disse ontem(7) que o governo está preocupado
com a importação de leite da Argentina. Segundo ele, uma única empresa é
responsável por 50% do leite importado do país vizinho, a preços
“baixíssimos”, e venceu licitações para fornecimento de leite a vários
estados brasileiros.
"A Argentina está empurrando leite a preços baixos no mercado
brasileiro”, disse Stephanes, para quem o país não pode se tornar um
“depósito do excesso de leite” do parceiro do Mercosul. Para piorar a
situação dos produtores, no ano passado o Brasil passou por uma superprodução
de leite e teve dificuldades para comercializar todo o produto.
Durante a reunião conjunta das câmaras de leite na Organização das
Cooperativas Brasileiras (OCB), Stephanes disse que é importante manter as
importações em níveis que não prejudiquem os produtores brasileiros. “Não
somos a favor do protecionismo, mas as exportações de um país não podem fugir
do padrão em período de crise”, afirmou.
Em fevereiro, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) acusou
a Argentina de fazer triangulação do leite subsidiado da Comunidade Européia,
repassando para o Brasil um produto com o preço falso e bastante competitivo.
Na ocasião, a entidade disse que a indústria de laticínios no Brasil pagava à
Argentina R$ 0,41 por litro, enquanto o preço médio pago ao produtor interno
era de R$ 0,59. Com essa diferença, as importações cresceram 40% no ano
passado.
Quanto à empresa que compra metade do leite que é vendido no Brasil, o
ministro disse que não há meios legais claros para impedir sua ação, a não
ser uma fiscalização forte dos estados quanto à origem dos produtos que estão
adquirindo por meio de licitações. Stephanes quer que as importações voltem
aos níveis de antes da crise financeira mundial.
Fonte: Portal Agrolink, acesso em
08/04/2009