Subdosagem pode provocar resistência a carrapaticidas

Os carrapatos são um grande problema para os bovinos. Os parasitas se alimentam do sangue do animal, causando estresse, anemia, perda de peso e de produção. Pode ocorrer também a desvalorização do couro em função dos danos causados pelos carrapatos. Para evitar esses prejuízos, os produtores já estão acostumados a utilizar carrapaticidas, porém estes produtos colaboram para a resistência dos princípios ativos, tornando cada vez mais difícil o controle dos parasitas.

A subdosagem é o principal problema, porque provoca uma redução no intervalo de aplicação dos produtos e faz com que os carrapatos se tornem resistentes aos remédios, ao longo do tempo. Hoje, as pesquisas não conseguem acompanhar a velocidade de resistência dos carrapatos, ou seja, existem cada vez menos bases químicas disponíveis no mercado.

É importante que os produtores fiquem atentos para a redução dos números de bases químicas de princípios-ativos do controle do carrapato bovino. O processo de resistência se instala com o tempo e o surgimento de novas bases químicas que podem ser usadas para substituir as existentes está cada vez mais escasso.

Portanto é necessário saber usar corretamente as bases químicas ainda disponíveis. “Para um controle efetivo é preciso levar em consideração o ciclo de desenvolvimento desse parasita que, normalmente, é em torno de 21 dias. Devem ser observadas as características climáticas de cada região para que seja definida a melhor época de tratamento”, explica a médica-veterinária doutora em parasitologia animal e pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, Cláudia Gulias Gomes.

Cláudia afirma que os cuidados de manejo no pasto e com a nutrição são importantes. Uma alimentação equilibrada melhora o sistema imunológico d o animal e permite combater de forma mais intensa a infestação. A lotação do pasto também deve ser respeitada porque quanto maior o número de animais concentrados no mesmo local, mais rápida será a infestação dos carrapatos, que terão mais hospedeiros para se multiplicarem.

“Cada forma de aplicação tem suas qualidades e desvantagens. Temos que estar atentos às características de cada uma para evitar subdosagem. Se estamos usando um carrapaticida para banheiro de imersão temos que nos preocupar em fazer a imersão dessa calda quando baixar o nível do banheiro e homogeneizar bem a calda. Se for um banheiro de aspersão, é necessário que os bicos estejam sempre limpos para que o jato tenha força suficiente para penetrar no pelo do animal. No caso dos injetáveis, o ideal é calcular com maior precisão possível as doses conforme o peso dele. A superdosagem também é um problema. Dependendo da base química, ela pode levar à intoxicação do animal. Não há comprovação quanto ao favorecimento do processo de resistência do princípio ativo, mas é um desperdício usar concentrações acima do que é necessário”, alerta.

Fonte: Portal do Agronegócio (acessado em 30/09/10)

Relacionadas

CRMV-SP Orienta: agenda aberta de maio para palestras de liberação da cédula profissional
Homem e mulher felizes e com expressão de surpresa.
Imagem de freepik
Imagem de mulher sorridente segurando telefone ao lado dos dizeres: Semana do Zootecnista. Inscreva-se.

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40