Grandes produtores de carne e países importadores estão instituindo algumas normas que visam melhores condições de vida para os animais utilizados na produção cárnea. A produção suinícola também será afetada. Na União Europeia, por exemplo, o uso de compartimentos individuais para matrizes suínas na maternidade será proibido. As “gaiolas” deverão ser abolidas até 2012.
Atento, o Brasil também deve preparar, no segundo semestre, um pacote de medidas que atenda seus mercados, respeitando normas de rastreabilidade e bem-estar animal. De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Fabiano Coser, o País precisa criar um estatuto conciso para que outras partes do mundo não tentem impor regras que não se adequem à realidade brasileira.
“Precisamos colocar no papel o que pensamos para manter e conquistar mais mercados sem imposições de outros países. Temos que nos antecipar contra possíveis embargos”, destaca Coser.
Para ele, a proibição das gaiolas na Europa não deve ser estendida à suinocultura brasileira, embora as granjas mais novas já trabalhem com baías coletivas para leitoas acima dos 30 dias. “O impacto de uma produção como essa no Brasil afetaria principalmente o bolso do suinocultor que está na atividade há mais tempo. Tenho consciência de que podemos melhorar o bem-estar dos animais, mas não precisamos seguir o modelo europeu”, explica Coser.
Segundo o diretor executivo da ABCS, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) já cobra um posicionamento do setor suinícola quanto ao bem-estar e a rastreabilidade dos animais, de olho nas novas regras que surgem no mundo. “Por isso estamos programando esta reunião, no segundo semestre, com a participação da ABCS, do Mapa, da Embrapa, dos suinocultores e de todos os elos da cadeia para debatermos os temas”. De acordo com Coser, ainda não há uma data definida, porém, um estatuto deverá ser criado após esta reunião.
Fonte: Suinocultura Industrial (acessado em 10/06/10)