Imagine um suíno comendo mingau ou tomando uma vitamina. Esta situação é totalmente possível e pode trazer inúmeros benefícios para o animal e para o criador. A alimentação líquida de suínos ainda é pouco conhecida no Brasil. De acordo com Wienfried Matthias Leh, suinocultor e diretor da Weda do Brasil, o alimento é uma espécie de sopa ou mingau, produzidos e distribuídos aos animais por um equipamento específico.
“A ração oriunda dos silos é despejada em um tanque de mistura, na quantidade pré-programada pelo computador, baseado no número de animais da fase [creche, recria, terminação] a ser alimentada. Durante esse processo, diferentes tipos de ração são transportados através de roscas transportadoras dentro de tubos até o tanque de mistura. Assim que a balança eletrônica sob o tanque acusar que a quantidade desejada foi atingida, automaticamente é adicionada a quantidade de água [podendo ser soro de leite ou outro subproduto líquido] necessária, geralmente em proporção de 2 a 3 litros para cada quilo de ração”, explica Wienfried.
De acordo com ele, a implantação da alimentação líquida traz vantagens econômicas e de manejo, apesar do custo alto inicial. “O investimento inicial é maior, em relação aos outros sistemas de alimentação suína, mas trata-se de uma tecnologia de ponta. A alimentação líquida proporciona melhor custo/benefício com retorno em um curto espaço de tempo”, diz o suinocultor.
As principais vantagens desse tipo de equipamento, segundo Wienfried, estão no tempo reduzido de trato. “Cerca de 1.000 leitões podem ser tratados em aproximadamente 15 minutos”. Além disso, ele afirma que esse alimento diminui consideravelmente a poeira causada pela ração seca nos barracões, deixando os animais em um ambiente mais agradável. “Da mesma forma, a digestão é facilitada e a quantidade de ração fornecida aos animais é otimizada, evitando o desperdício de ração, em comparação com a alimentação seca automatizada ou manual”, acrescenta.
Ainda de acordo com Wienfried, que trabalha com suínos há 15 anos, o investimento em uma máquina de alimentação líquida se paga em cerca de três anos, contando apenas a redução da perda de ração, sem considerar a otimização do emprego de mão-de-obra. “Pouquíssimos foram os momentos nos quais enfrentei alguma dificuldade com essa tecnologia. A adaptação de pessoal para trabalhar com o equipamento é muito amigável”, finaliza ele.
Fonte: Suinocultura Industrial (acessado em 12/03/10)