O avanço no número de
casos da febre amarela no interior de São Paulo e o padrão de espalhamento da
doença na distância dos casos preocupam o epidemiologista Eduardo Massad, da
Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo. Isso porque a
maioria dos casos confirmados da doença está na região de Botucatu, mas há
suspeita de um caso em Itapetininga.
"Caso isso se confirme, a onda de casos terá viajado numa velocidade de
por mês", alerta o especialista. Contudo, Massad garante que a vacinação
é o meio mais eficaz no combate a doença e que a Secretaria da Saúde tem
atingido os objetivos apropriados no combate a uma epidemia. Mas ele
acrescenta que não há como explicar a ocorrência dos vários casos já
confirmados.
De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado,
entre 22 de fevereiro e 27 de março, foram confirmados 22 casos da doença,
com nove mortes nos municípios de Sarutaiá, Avaré, Piraju e Buri, áreas
consideradas de risco.
Já o médico Carlos Magno Fortaleza, chefe do Departamento de Doenças Tropicais
da Faculdade de Medicina de Botucatu, não há motivo de preocupação, já que a
vacina é eficaz e na região foram vacinadas numa única semana 500 mil
pessoas. Para ele, os 11 casos tratados no hospital foram provavelmente de
pessoas que não se vacinaram. Ele ressaltou ainda que a região tem muitas
áreas silvestres, bordas de mata, beira de rio, o que é favorável à
propagação da doença.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 16/04/2009