Terrenos baldios são os principais esconderijos de animais peçonhentos

Quem é vizinho de uma área verde ou terreno abandonado, como o aposentado Cipriano Carlos, 62 anos, vive com medo. “Nesta semana, já matei dois escorpiões na porta da minha casa. Já matei cobra aqui também”, diz o morador do Jardim Brasilândia, interior de São Paulo.

Em sua casa, onde moram a filha e quatro crianças, nunca ninguém foi picado, mas o receio permanece. O receio do morador permanece apesar de dados positivos divulgados pelo Instituto Butantan. O número de mortes ocasionadas por picadas de cobra caiu 75% nos últimos sete anos. Em 2009, foram três casos, um deles em Mairinque, interior do Estado. Neste ano, ainda não há nenhum registro de morte.

Em Sorocaba, os escorpiões lideram os acidentes com animais peçonhentos. De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica, foram 20 casos em 2009. Com serpentes, houve seis registros. O ataque de aranhas se mantém estável nos anos de 2007, 2008 e 2009, com 25 casos por ano. Até 28 de julho, foram quatro acidentes com aranha, dois com escorpião e cinco com serpentes.

Não é sem motivo que os animais entram nas casas. “Onde há animais como cobras, aranhas ou escorpiões é porque existe uma ação humana”, explica o médico veterinário Rodrigo Teixeira, chefe do setor de veterinária do zoológico Quinzinho de Barros, em Sorocaba.

Segundo Teixeira, o acúmulo de lixo e entulho nos terrenos é um exemplo de falta de educação ambiental. “Esses animais estão em busca de comida e abrigo”, diz.

O encontro de seres humanos com cobras e escorpiões nem sempre termina bem para um dos lados. Por medo de uma picada, que realmente pode ser fatal, muitas pessoas preferem matar esse tipo animal.

O veterinário lembra que essa atitude pode ser classificada como crime ambiental. “Para a lei, tanto faz se é um mico-leão-dourado ou uma cobra. Eles são iguais e são protegidos”, diz. Ao se deparar com um animal, a melhor atitude é não confrontá-lo, evitando tocá-lo ou prendê-lo. “Se puder, desvie a rota e chame alguém responsável. O importante é que o animal também seja respeitado”, afirma Rodrigo.

Dicas para evitar os acidentes

Em casa

* Verifique cuidadosamente calçados, roupas, toalhas e roupas de cama antes de usá-los; evite lençóis que toquem o chão. Limpe periodicamente ralos de banheiro e cozinha.

* Mantenha camas e berços afastados, no mínimo, dez centímetros da parede. Feche frestas nas paredes, móveis e rodapés para que não sirvam de esconderijo para os escorpiões

No quintal

* Para evitar a presença dos escorpiões em casa, não deixe acumular lixo, entulho ou resto de obra nos quintais e jardins. Coloque o lixo em sacos plásticos fechados para evitar baratas, insetos preferidos pelos escorpiões.

* O principal alimento das serpentes são os roedores, que vivem próximo ao homem em busca de alimento fácil. Mude periodicamente de lugar materiais de construção sem uso e lembre-se de proteger as mãos com luvas.

Queimadas

* Evite queimar terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões, cobras e outros animais. Inseticidas e outros produtos não são eficazes contra escorpiões. Por isso, é importante preservar seus predadores naturais, como corujas, macacos, sapos, galinhas e gansos.

Soro

O soro antiofídico é o único tratamento eficaz em caso de envenenamento por serpentes. O escorpião ferroa as pessoas nas mãos ou nos pés. Embora a picada provoque dor intensa, na maioria dos casos em adultos, eles se recuperam com facilidade.

* Porém, crianças podem apresentar manifestações graves, como náuseas e vômitos, alteração da pressão sanguínea, agitação e falta de ar.

Fonte: Rede Bom Dia (acessado em 06/08/10)

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