Terror dos bichos, dia de jogo amplia busca por hospitais

Rojões, fogos de artifício e, agora, as vuvuzelas não só estressam os animais domésticos. Dias de jogo do Brasil na Copa têm feito também com que o movimento em hospitais veterinários de São Paulo aumente em torno de 30%. É o caso do Hospital Sena Madureira, na Vila Mariana, zona sul. Segundo a instituição, o número de cães e gatos internados com convulsão e cardiopatias – as maiores vítimas das festas – sempre aumenta nestas épocas.

O hospital também aponta crescimento de internações em decorrência de traumas (atropelamentos, quedas e lesões) e alterações gástricas, as chamadas imprudências alimentares, porque alguns proprietários insistem em oferecer aos animais as guloseimas que estão comendo. O Sena Madureira, por exemplo, calculou em 15% o aumento após os dois últimos jogos da seleção. Já o PetCare Hospital Veterinário, no Morumbi, verificou um aumento de 20%.

“O animal desidrata muito rápido. As pessoas se preocupam com os preparativos da festa e se esquecem do bichos”, afirma o diretor clínico do hospital Sena Madureira, Mario Marcondes, recomendando uma visita ao veterinário antes de datas festivas. No caso dos bichos com doenças crônicas, é preciso ainda investir em prevenção e, se for o caso, ajustar as doses dos remédios antes de dias com muitos fogos.

Olhos arregalados e rabo entre as pernas são as reações mais comuns de cães e gatos ao ouvir barulhos de estouro. Segundo Marcondes, isso ocorre porque animais têm ouvidos muito sensíveis. “Eles escutam de quatro a cinco vezes mais do que os seres humanos”, revela. “Imagina isso em dia de Copa?” Não por acaso, uma das soluções apontadas para essas datas é tentar usar bolinhas de algodão parafinado nos ouvidos dos animais, para abafar o som e diminuir o estresse.

Para o zootecnista Alexandre Rossi, mais conhecido como Dr. Pet, a outra razão é instinto. “Durante a evolução, barulhos altos eram relacionados a situações de risco”, explica. Para ele, os medos também são consequência de condicionamento. “Se ele sempre ouve o dono gritar gol e isso o assusta, toda vez que ouvir a palavra sentirá medo.”

A assistente social Rute Oliveira conta que assim que começam as vuvuzelas, seu cachorro Tobey já abana o rabo de um lado para outro. “Ele fica alucinado, treme todo. Se eu abrisse a geladeira, ele se enfiava lá dentro.”

Para tentar acalmar o labrador misturado com vira-lata, Rute tomou uma decisão radical para esses dias de Copa do Mundo. “Desisti de assistir aos jogos, prefiro ir com ele para rua, é a única forma de se acalmar.”

Já para a vira-lata Sara, sair de casa não é boa solução. “Na hora do jogo, ela se esconde debaixo da cama”, conta a analista de sistemas Melissa Ulrich, que costuma colocar chumaços de algodão nos ouvidos da cachorra para tentar reduzir o problema.

Segundo Marcondes, 80% dos casos podem ser controlados. Em casa, a orientação é prender o animal para evitar ser atingido por rojões. Nos apartamentos, a dica é retirar materiais pontiagudos que possam machucá-lo.

Preste atenção

1. Sinais errados. Animais precisam se sentir protegidos por seus donos. Por isso, é importante não agachar perto do bicho, pois ele pode interpretar que a pessoa também está com medo e ficar mais apavorado ainda. O dono precisa mostrar o controle da situação para passar segurança

2. Esconderijo. O melhor lugar para o animal em dias de comemoração é o seu esconderijo preferido, que ele normalmente já procura. É importante o dono garantir o acesso do bicho ao local e não tirá-lo de lá

3. Distrações. Música alta também pode ajudar a distrair o animal

Fonte: Estadão (acessado em 25/06/10)

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