Os laboratórios veterinários brasileiros comercializaram cerca de seis milhões de doses de vacina contra brucelose entre janeiro e abril 2011 (para consumo até o final de maio) e mantêm cerca de 300 mil doses em estoques, atendendo à demanda prevista pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o período. Em 2010, a indústria colocou no mercado 19,3 milhões de doses, também suficientes para atender às necessidades previstas pelo Mapa para o Plano Nacional de Controle de Erradicação da Brucelose e da Tuberculose, que introduziu a vacinação obrigatória contra a brucelose bovina e bubalina em todo território nacional.
Por conta dessa disponibilidade, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), entidade que reúne os laboratórios fabricantes de vacinas contra brucelose, descarta a escassez do produto em 2011. “O Sindan trabalha com transparência e credibilidade, fornecendo todas as informações necessárias ao Mapa. As faltas eventuais se houver, não se devem à falta de vacina, mas a problemas isolados com os pontos comerciais”, ressalta o diretor de operações do Sindan, Emilio Salani.
Salani informa que o ciclo de fabricação da vacina contra brucelose gira em torno de seis meses. Esse período envolve a produção, os controles internos, a coleta do Mapa para os testes, os próprios testes oficiais e a liberação dos lotes. “A demanda prevista pelo Mapa é muito importante para a indústria se preparar para a fabricação da vacina em quantidade suficiente para suprimento do mercado”, ressalta ele.
Zoonose de grande importância econômica, a brucelose é transmitida pelo trato gastrintestinal, pele e mucosas. Em alguns animais, como no bovino, a bactéria Brucella prolifera no útero e nas glândulas mamárias. Na fêmea prenha, provoca aborto nos estágios finais da gestação, afetando severamente a taxa de fertilidade e causando drástica redução da produção leiteira. Muitos animais aparentemente se recuperam espontaneamente da infecção, mas continuam eliminando bactérias na urina, secreção vaginal e no leite, podendo permanecer assim durante toda a vida, sendo importante fonte de infecção.
“A vacinação das fêmeas entre três e oito meses de idade deve ser prática rotineira e é o melhor e mais econômico método de prevenção da brucelose. Basta uma dose nessa faixa etária para proteger as vacas durante toda a vida, evitando problemas reprodutivos e financeiros”, ressalta Emilio Salani.
Fonte: Jornal de Uberaba (acessado em 09/06/2011)