Vacinação de cães e gatos contra raiva está mantida em todo o Brasil

O Ministério da Saúde manteve a vacinação de cães e gatos contra a raiva em todo o País. Na avaliação do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Vigilância em Saúde, as mortes de animais ocorridas até 4 de setembro nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte estão abaixo do esperado na literatura internacional. No dia 2 de setembro, foi notificado o primeiro caso suspeito de 2010 de raiva humana após ataque de cão. A letalidade da doença é próxima de 100%.

Desde a primeira semana de junho, 17 Estados e o Distrito Federal iniciaram a vacinação, principalmente em municípios do interior. Quinze unidades da Federação (AC, AM, AP, PA, RO, MA, RN, ES, RJ, SP, DF, GO, MT, MS e PR) vêm utilizando exclusivamente a vacina Rai-Pet®, produzida pelo laboratório Biovet. Essa vacina, recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é obtida a partir de cultivo celular e confere imunidade de um ano aos animais.

Nesses 14 Estados e no DF, foram imunizados, até 4 de setembro, 1.313.028 animais, dos quais 1.101.509 cães (80%) e 276.412 gatos (20%). Das 79 mortes informadas ao Ministério pelas Secretarias Estaduais de Saúde do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Norte, 41 (52%) foram em cães, 25 (32%) em gatos e 13 (16%) em animais não especificados. Todos ainda estão sob investigação.

“Com base nas informações que temos disponíveis até o momento, não há evidências suficientes para interromper a campanha de vacinação antirrábica”, avalia o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage. Em todos os casos, os animais começaram a manifestar reações adversas em até 72 horas após a vacinação. Por isso, os casos estão possivelmente associados à imunização e permanecem em investigação pelas Secretarias Estaduais, Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

De acordo com os dados disponíveis, a taxa de letalidade em gatos é de 0,090 mortes a cada 1.000 felinos vacinados; entre cães, é de 0,037 óbitos a cada 1.000 caninos vacinados. Segundo a literatura internacional, as taxas encontradas estão abaixo do esperado para as duas espécies.

Outros três Estados (RR, BA e MG) estão utilizando a vacina fornecida pelo laboratório Merial, também obtida a partir de cultivo celular. As vacinas dois laboratórios, Biovet e Merial, são certificadas pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), do Mapa.

A vacina do laboratório Biovet é a mesma utilizada em clínicas veterinárias privadas. A diferença é que, na rede pública, são utilizados frascos com 25 doses, enquanto na rede particular são frascos de dose única. Segundo o laboratório produtor, os componentes das duas apresentações da vacina são idênticos.

Até 4 de setembro, as Secretarias de Saúde dos 17 Estados e do DF haviam informado um total de 1.377.921 animais vacinados, considerando as duas vacinas. Com relação ao Estado de São Paulo, que decidiu suspender a vacinação, o Ministério da Saúde informa que está acompanhando as investigações das mortes de animais, em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e o Mapa.

A ocorrência de eventos adversos pode estar relacionada não apenas à vacina, mas também a fatores como a resposta individual de cada animal, o armazenamento e a administração do produto. Os sintomas de reações adversas a vacinas são extremamente variáveis. Podem surgir desde sinais leves, como dor e pequeno inchaço no local da aplicação, até manifestações como letargia, febre e sonolência horas após a vacinação. Para animais, são consideradas reações graves a anafilaxia (reação sistêmica à vacina) e a morte.

A vacina utilizada até o ano passado, a Fuenzalida & Palacios, assegurava proteção de seis a sete meses. Por isso, nas áreas de maior risco (regiões Norte e Nordeste) eram realizadas duas campanhas anuais.

A raiva é uma doença viral transmitida ao homem quando um animal infectado o morde, lambe ou arranha. Os principais transmissores são os cães, gatos, saguis e morcegos. Como não é possível imunizar animais que vivem na natureza, a campanha de vacinação de cães e gatos é a principal forma de prevenir os casos da doença em humanos, que tem letalidade próxima de 100%.

Ao identificar que cães e gatos estão com suspeita de raiva, os donos devem isolar os animais e chamar ajuda especializada, que pode ser a de técnicos do centro de controle de zoonoses local ou a de um veterinário da secretária municipal de saúde para que as providências adequadas sejam adotadas. Se a pessoa for agredida por qualquer animal, deve-se lavar imediatamente a ferida com água e sabão e procurar um profissional de saúde para obter orientações sobre indicação de profilaxia antirrábica (vacina e/ou soro).

Quando a agressão for por cães ou gatos, os animais deverão ser confinados por dez dias após a agressão, para observação de sintomas da doença. Se o animal morrer, é preciso informar o departamento de zoonoses do município imediatamente.

Caso seja detectada a presença de morcegos na região, os órgãos da saúde e agricultura locais devem ser notificados para adotarem medidas de controle e prevenção, como iluminar áreas externas nas residências, colocar telas nos vãos de dilatação de prédios, janelas e buracos e fechar ou vedar porões, pisos falsos e cômodos pouco utilizados que permitam o alojamento de colônias deste mamífero.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde

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